Maioria dos pedidos de ajuda à APAV é feita por raparigas

Entre janeiro de 2016 e maio deste ano, a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima apoiou 881 crianças e 140 familiares e amigos, de um total de 10.500 atendimentos.

A maioria dos pedidos de ajuda que chegam à Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) é feita por raparigas. Em 2017 houve um aumento de pedidos de ajuda e também de crimes reportados.

Carla Ferreira, gestora técnica do programa CARE, que presta apoio a crianças vítimas de crimes sexuais, explicou esta terça-feira em conferência de imprensa que muitos dos crimes são de cariz sexual e relacionados com violência doméstica. "São, na sua maioria, os pais, pai ou mãe, que maltratam as crianças e jovens", revelou a responsável aos jornalistas.

Segundo dados hoje revelados pela APAV, as vítimas são maioritariamente filhos ou filhas dos agressores, tendo idades compreendidas entre os 18 e os 64 anos. O local do crime é a residência comum de agressor e vítima.


Os gráfico mostram que a idade das vítimas ronda o intervalo entre os 11 e os 17 anos. Carla Ferreira sublinha que "há mais denúncias dessas crianças", mas ressalta também que "as mais novas têm menos capacidade de linguagem e de pedir ajuda".

"É com estas idades que se apercebem de situações de violência e por isso pedem ajuda de forma mais efetiva."

Entre janeiro de 2016 e maio de 2019, a APAV apoiou 881 crianças e 140 familiares e amigos, de um total de 10.500 atendimentos. "Este ano tem havido uma média de 32 denúncias por mês", refere a gestora técnica do CARE, o que representa o dobro das denúncias em relação a 2016, "em que a média era de 16 casos por mês".

A maioria delas surge em Lisboa, seguida do Porto, Setúbal e Faro. Esta terça-feira, a APAV apresentou também uma nova campanha de sensibilização pública, intitulada "As marcas de violência sexual sobre crianças e jovens".

Fonte: Rádio Renascença