Procuradoria abriu inquérito autónomo ao caso de Tancos
Operação "Húbris" está relacionada com o reaparecimento das armas de Tancos na Chamnusca e não com o seu desaparecimento quatro meses antes. Há oito suspeitos, um deles um civil
A Procuradoria-geral da República informou esta terça-feira, numa nota enviada à comunicação social, que “o inquérito no âmbito do qual hoje decorreram diligências é autónomo do instaurado na sequência do desaparecimento das armas ocorrido em Tancos”.
Na sequência das diligências desta terça-feira, como o Expresso já tinha escrito, foram detidas 8 pessoas: quatro militares da Polícia Judiciária Militar, entre os quais se encontra o diretor desta polícia, coronel Luís Vieira, três militares da GNR e um civil.
O jornal "Público" escreve que o suspeito do furto das armas tem 45 anos, é ex-militar e estava referenciado pelas autoridades como traficante de armas e de droga. Utilizando os seus contactos antigos entre os militares, acrescenta ainda o jornal, o suspeito terá conseguido entender como retirar as armas de Tancos. Quando o caso atingiu a magnitude que hoje se conhece, o suspeito terá querido devolver as armas, contando para isso com a ajuda de elementos da GNR e da Polícia Judiciária Militar.
Os crimes de que estão indiciados estas oito pessoas são vários, e nenhum deles leve. O Ministério Público suspeita de associação criminosa, denegação de justiça, prevaricação, falsificação de documentos, tráfico de influência, favorecimento pessoal praticado por funcionário, abuso de poder, recetação, detenção de arma proibida e tráfico de armas.
As suspeitas sobre o comportamento destes arguidos foram reforçadas a partir do momento em que foi emitido um comunicado da PJ Militar poucas horas depois de as armas terem sido reencontradas que dava conta da participação nessa operação de resgate de elementos da GNR de Loulé, quando deviam ter sido chamados para o local os procuradores do DCIAP que lideram o inquérito-crime de Tancos.
Fonte: Expresso