Governo terá de prolongar cortes de três mil milhões em 2015
A redução permanente na despesa de quatro mil milhões de euros, que o Governo quer implementar, não será suficiente. Em 2015, várias das medidas temporárias implementadas pelo Governo terão de ser substituídas.
É uma bomba-relógio que o Executivo tem em mãos, escreve esta manhã o “Diário Económico”. A redução de quatro mil milhões de euros na despesa, que se quer permanente, vai ter, depois do final do programa de ajustamento, companhia: as medidas temporárias entretanto implementadas, como os cortes salariais, redução de subsídios ou a sobretaxa de IRS, terão de ser substituídos. Falta saber pelo quê.
O jornal cita declarações de Hélder Rosalino, secretário de Estado da Administração Pública, que afirmou, no programa “Prós e Contras” de 3 de Fevereiro, que não são só os cortes de quatro mil milhões de euros que estão em causa, neste momento. “Tem de ser colocada em cima da mesa uma solução para as medidas que foram tomadas ao longo do tempo e que são temporárias”, alertou.
Além dos cortes e aumentos de impostos, o Governo também congelou as promoções na Função Pública e cortou a eito no pagamento de horas extraordinárias. “Temos, porventura, a maioria dos trabalhadores em crédito de promoções”, reconheceu Hélder Rosalino, no programa emitido aos domingos pela RTP. Ou seja, quando o Governo repuser os salários e subsídios à Função Pública – tal como Passos Coelho já disse que ia acontecer, uma grande maioria de funcionários terá de ver o seu salário crescer.
De acordo com contas feitas pelo jornal, o total de poupanças já alcançadas pelo Governo – incluindo aumento de impostos – ronda os três mil milhões de euros. Será esse o valor que o Governo terá de compensar quando começar a pagar os salários e os subsídios aos funcionários públicos e aos pensionistas. O programa de ajustamento termina no final de 2014, pelo que esta questão vai colocar-se logo no Orçamento do Estado para 2015.
Fonte: Jornal de Negócios