Quase 35 mil portugueses não têm bens penhoráveis para pagar dívidas

A crise, as medidas de austeridade e o aumento do desemprego fizeram disparar o processo de insolvência de muitos portugueses. Para o fiscalista Tiago Caiado Guerreiro salta à vista o resultado da pressão fiscal

As dívidas incobráveis agravam-se nos últimos meses, chegando aos 488 milhões de euros, segundo fonte do Ministério da Justiça.

A lista pública de execuções já tem mais de 34.700 nomes de devedores crónicos, sem dinheiro e bens para pagar dívidas. Os particulares são a maior fatia, avança o “Diário Económico”.

A situação agravou-se nos últimos meses e as dívidas incobráveis atingem os 488 milhões de euros. Desde Janeiro deste ano, há 55 devedores crónicos por dia. Mas entre Janeiro e Novembro do ano passado eram 31.

Em causa estão dívidas a fornecedores, instituições financeiras, crédito ao consumo, arrendamentos ou empresas de serviços públicos essenciais (água e luz) e telecomunicações.

As dívidas incobráveis vão disparar com o Orçamento de Estado para 2013, segundo Tiago Caiado Guerreiro. Para o fiscalista salta à vista o resultado da pressão fiscal.

“A leitura que faço deste valor é que a pressão fiscal é tão grande, tão grande, que pura e simplesmente, as pessoas já não têm rendimento disponível, bens ou capacidade para fazer face aos impostos. E com o Orçamento do Estado para o próximo ano, que ainda aumenta extraordinariamente os impostos, isto vai disparar”, diz à Renascença.

“A solução não está em aumentar impostos, mas sim em cortar radicalmente a despesa pública, se não queremos levar milhares de pessoas à falência”, alerta o fiscalista.

Fonte: Rádio Renascença