Devolver garrafas de plástico usadas vai dar direito a vales de supermercado
O incentivo para a reciclagem de plástico será válido até 2021. Se a medida não resultar, o Governo retoma o sistema de tara, desta vez para o plástico.
As máquinas de recolha de plástico serão instaladas nos supermercados e nas principais áreas de serviço. As embalagens são depois identificadas, pesadas e recolhidas. No fim, será emitido um talão com uma quantia a descontar em compras.
A medida faz parte de um pacote de iniciativas para reduzir o impacto da poluição causada pelos plásticos que o Governo apresenta esta quinta-feira.
O secretário de Estado do Ambiente garante que até 2021 o país terá um sistema de incentivos para quem reciclar estes materiais. Se a estratégia não resultar pela sensibilização, o passo seguinte será a aplicação de uma taxa. Neste caso, as garrafas passam a ter um valor de tara associado, à semelhança do depósito por cada garrafa, que era muito usado há alguns anos com o vidro.
Carlos Martins explica que combater a poluição pelos plásticos depende mais dos cidadãos do que das indústrias, uma vez que os grandes responsáveis por esta mancha negra são as embalagens, as garrafas, os pratos, os talheres, as palhinhas ou os cotonetes.
A mudança de mentalidade pode começar na próxima reunião. Em vez de usar garrafas de plástico porque não um jarro e copos de vidro? É a pergunta lançada pelo secretário de Estado no Diário de Notícias e que resume a intenção do Governo, que quer lançar uma grande política de educação ambiental e sensibilização para o problema do consumo de plástico.
Em cima da mesa está também a assinatura de protocolos com três organizações, das bebidas à restauração, com o objetivo de aumentar a recolha de embalagens junto de produtores e distribuidores.
Carlos Martins dá como exemplo uma ideia a aplicar no caso das águas e refrigerantes: apenas um tipo de plástico para a tampa, para a garrafa e para o rótulo, para facilitar o tratamento de resíduos.
Na restauração, as medidas podem passar por benefícios fiscais a quem utilizar materiais reciclados. No que não for possível substituir, a solução pode passar pelo reaproveitamento dos materiais e torná-los objetos utilitários.
A estratégia para reciclar o plástico vai ser discutida esta quinta-feira, numa conferência que vai ter lugar na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.
Fonte: TSF