Só 8% das empresas estão preparadas para as novas regras de Proteção de Dados
O novo regulamento entra em vigor na sexta-feira, mas um estudo do IAPMEI, revelado pelo Jornal de Negócios, mostra que a maioria das empresas confessa não estar preparada.
Apenas 8% das empresas inquiridas estão aptas a responder às exigências do Regulamento Geral de Proteção de Dados (RGPD). É uma das conclusões de um estudo promovido pela Agência para a Competitividade e Inovação, com o apoio da consultora LCG.
Nesse inquérito, divulgado pelo Jornal de Negócios, foram ouvidas cerca de 1500 empresas durante os meses de março e abril. Quase metade das empresas considera estar apenas parcialmente preparadas e pouco mais de um terço, 35%, admite que é muito provável que venha a sofrer penalizações caso venham a ser aplicadas de imediato.
Esta é a segunda radiografia ao setor. No ano passado, na primeira edição do estudo, apenas 3% das empresas diziam ter um plano a decorrer para garantir conformidade com o RGPD.
O regulamento entrou em vigor em 2016 e, na altura, foi dado um prazo de dois anos para as entidades se prepararem para aplicação da lei, que implica alterações profundas no tratamento de dados com custos administrativos avultados.
No caso das grandes empresas, o jornal traça um panorama diferente. Um dos especialistas da consultora PWC que acompanha a aplicação do RGPD nalgumas empresas de grande dimensão explica ao Negócios que entre o setor financeiro, banca e seguros e as telecomunicações os níveis de preparação são muito elevados. Na restauração e no alojamento, devido à natureza do negócio, as empresas começaram a preparar-se mais tarde.
No setor público, o atraso na preparação dos serviços ainda é grande. O especialista ouvido pelo Negócios explica que os vários organismos estão agora a ficar mais atentos, mas há alguns que ainda não tocaram no assunto.
O governo, contactado pelo Jornal de Negócios, admite que a proposta de lei ainda não está aprovada, mas salienta que o executivo já avançou com um conjunto de iniciativas que ajudam as entidades públicas a aplicar as novas normas.
Fonte: TSF