Presidente do Barclays Portugal e mais três administradores suspensos
Denúncia sobre cartelização partiu da sede em Londres e administradores em Portugal não sabiam
Quatro elementos da comissão executiva ibérica do Barclays, responsável pelas operações em Portugal e Espanha do banco britânico, entre os quais o presidente Peter Mottek, foram suspensos das suas funções, uma informação confirmada por fonte oficial do Barclays.
“Confirmamos a suspensão de quatro elementos da comissão executiva até à conclusão de um inquérito interno em curso”, disse à agência Lusa fonte oficial do Barclays Portugal.
Segundo revelou à Lusa uma fonte do banco, esta suspensão de funções trata-se de “uma acção preventiva para facilitar as investigações da Autoridade da Concorrência” relacionadas com as denúncias de suspeitas de cartelização na banca portuguesa.
Em Março, a Autoridade da Concorrência (AdC) fez buscas a uma dezena de bancos a operar em Portugal na sequência de uma de denúncia que deu origem a um processo de contra-ordenação por suspeita de cartelização nas áreas dos créditos ao consumo e à habitação.
A denúncia partiu da sede do Barclays, em Londres, e os responsáveis da sucursal portuguesa do grupo britânico só souberam da origem da denúncia depois de a instituição ter sido alvo de buscas.
Além do norte-americano Peter Mottek, foram também suspensos (com direito a manterem as suas remunerações) os portugueses António Nunes da Silva, responsável pela direcção de vendas, e Ana Paula Alves, administradora financeira, bem como o espanhol Sérgio Muñoz, que liderava o departamento de marketing nas operações ibéricas do Barclays.
Os trabalhadores do Barclays em Portugal receberam nesta quinta-feira uma mensagem electrónica a dar conta da suspensão dos quatro administradores. A decisão é válida, pelo menos, até estar terminado o inquérito interno que está a ser realizado no banco.
O Barclays, a CGD, o BCP, o BES, o BPI, o Santander Totta, o Banif, o Montepio Geral, o BIC Portugal e a Caixa de Crédito Agrícola foram surpreendidos, na manhã de 6 de Março, em vários pontos das suas instalações, por uma acção que envolveu juízes e procuradores, auxiliados pela PSP, que actuaram sobre os sistemas informáticos das instituições e nas áreas de marketing em busca de indícios de actuação em cartel.
Tal como o PÚBLICO noticiou, a sede do grupo informou Lisboa de que negociara com as autoridades nacionais um acordo de perdão.
Fonte: Público