Sindicatos mantém greve na SATA
Reunião entre trabalhadores e administração da empresa termina sem consenso
A menos de uma semana da greve agendada pelos trabalhadores da SATA continua a não haver acordo entre os sindicatos e a companhia aérea açoriana. Os trabalhadores reuniram ontem com a administração da empresa, mas não houve entendimento após quatro horas de encontro, o que significa que a paralisação convocada para a SATA e SATA Internacional para os 23, 24 e 25 de Abril e 2, 3 e 4 de Maio, coincidindo com o rali dos Açores e as festas do Santo Cristo, é para manter.
"Esta reunião apenas serviu para confirmar a falta de iniciativa por parte da administração do grupo SATA", disse Rui Luís, presidente do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), citado em comunicado. "Não foi apresentada qualquer proposta alternativa ao memorando de entendimento assinado com o Governo da República e a TAP, por isso manter-nos-emos fiéis aos nossos ideais", afirmou.
Os trabalhadores contestam a não aplicação na SATA do acordo que os sindicatos assinaram, em Maio, com a administração da TAP com o objectivo de evitar a dupla penalização pela imposição de cortes salariais médios de 5% previstos no Orçamento do Estado. Assim, os trabalhadores da TAP verão repostos os cortes aplicados em 2011 e 2012, que afectaram antiguidades, diuturnidades e progressões de carreira, e aplicado o corte de 3,5% a 10% a salários superiores a 1.500 euros.
"Para já não saiu nada factual e significativo que nos permita dirimir este conflito que existe e que crie a igualdade entre os trabalhadores do continente e do arquipélago dos Açores no que toca ao mercado da aviação", afirmou Jaime Prieto, presidente do Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC), à saída do encontro, que decorreu em Ponta Delgada. Citado pela Lusa o comandante refere que as negociações "não estão de todo fechadas" e "nunca estiveram".
"A plataforma que representa os trabalhadores nunca estará fechada a elas. Se a solução for nos moldes de conforto do Governo dos Açores será sempre bem-vinda. Terá é que ser sempre uma solução que não crie uma discriminação negativa dos trabalhadores açorianos. Isso não pode acontecer", diz Jaime Prieto.
Já o o presidente do conselho de administração da SATA, Gomes de Menezes, destacou o "diálogo permanente" e "construtivo" que tem vindo a privilegiar com os sindicatos. "Procuramos nas matérias legalmente admissíveis apresentar um conjunto de propostas técnicas que trazem benefícios para ambas as partes, através de mais disponibilidade e produtividade com justas e adequadas condições para ambas as partes", afirmou Gomes de Menezes citado pela Lusa.
O presidente da transportadora açoriana afirmou que foi "lançado um repto" aos sindicatos para trabalharem as propostas apresentadas, que podem ser melhoradas pelos mesmos."Existem nestas propostas algumas compensações em troca da melhoria da disponibilidade dos trabalhadores para tornarem a empresa mais produtiva", referiu.
Gomes de Menezes destacou que as compensações financeiras não serão "necessariamente" na expressão dos 3,5% aos 10% pretendidos pelos sindicatos, dependendo do "contributo da produtividade" do trabalhador. Gomes de Menezes disse ainda que o grupo está na posse de um parecer jurídico interno e outro externo que "reflecte bem" o que é "admissível" no grupo Sata neste contencioso com os sindicatos.
Fonte: Diário Económico