Amadora vai ter o maior sistema de vigilância do país

A cidade da Amadora será em breve a mais vigiada do país. O Ministério da Administração Interna (MAI) deu luz verde à Câmara Municipal para avançar com o maior sistema de videovigilância aprovado até agora em Portugal: ao todo, serão instaladas 103 câmaras, apurou o SOL.

Os equipamentos vão ser colocados ao longo de 24 quilómetros quadrados, abrangendo praticamente todas as freguesias do concelho, da Damaia à Venda Nova. O sistema incidirá em áreas residenciais e de comércio, e também em zonas de transportes públicos (como é o caso da movimentada estação de comboios da cidade).

As câmaras – que serão rotativas – vão abranger também as imediações dos bairros mais problemáticos da Amadora, como a Cova da Moura, Casal da Boba, Casal da Mira, Quinta da Lage e bairro 6 de Maio.

O objectivo da autarquia e da PSP é prevenir a criminalidade num concelho onde são frequentes os furtos de veículos, de estabelecimentos comerciais, de residências e os roubos de pessoas na via pública.

Além do efeito dissuasor, esta ferramenta poderá melhorar a capacidade de reacção da PSP perante assaltos em curso, pois será possível monitorizar em tempo real todas as ocorrências. As imagens poderão ainda ser usadas como prova em processos-crime.

Em 2010, a Câmara da Amadora apresentou pela primeira vez ao Governo um projecto que incluía 113 equipamentos, mas foi chumbado pela Comissão Nacional de Protecção de Dados (CNPD).

Em conjunto com a PSP, Joaquim Raposo foi reformulando a proposta, cuja versão final foi agora aprovada pelo ministro da Administração Interna – que com a nova lei passou a ter o poder exclusivo de autorizar estes sistemas, em detrimento da CNPD.

Dois milhões de euros

O gabinete de Joaquim Raposo não quis adiantar pormenores sobre o projecto, mas, ao que o SOL apurou, a execução desta infra-estrutura deverá custar perto de dois milhões de euros. Mal seja activado, o sistema irá funcionar durante dois anos.

Num despacho publicado esta semana em Diário da República, o secretário de Estado Adjunto do ministro da Administração Interna, Juvenal Silva Peneda, sublinhou que o projecto «poderá ser de imediato executado e deve, no mais curto prazo, ser activado em todas as componentes autorizadas».

Entretanto, na cidade de Lisboa está a ser concluída a instalação de 27 câmaras de videovigilância no Bairro Alto. O sistema foi autorizado em Dezembro de 2009, mas foi só no final do ano passado que a Câmara assinou o contrato com a empresa vencedora do concurso público para instalar os aparelhos.

Fonte: Sol