Governo quer aprovar nova lei para evitar promoções inesperadas
Assunção Cristas diz que a campanha do Pingo Doce prova que a grande distribuição tem capacidade financeira para pagar nova taxa alimentar.
A Ministra da Agricultura, Assunção Cristas, disse esta quarta-feira que o Governo tem planos para criar novas leis para regular promoções inesperadas e alterações de contratos entre fornecedores e a grande distribuição que não ficam formalizadas por escrito.
Na comissão parlamentar de Agricultura, Assunção Cristas disse que a campanha do Pingo Doce no 1º de Maio é a prova de que as grandes cadeias do comércio alimentar têm capacidade financeira para suportar a nova taxa, já aprovada pelo Governo.
O deputado comunista Agostinho Lopes afirmou que a polémica com o Pingo Doce mostra que os retalhistas não respeitam as regras e “mandam no Governo”. A ministra refutou a acusação e garantiu que o Governo está atento.
“Estamos com muita atenção a avaliar as situações e planeamos produzir legislação nessa matéria, nomeadamente no que tem a ver com alterações dos contratos que são de boca, que não estão escritos, a meio dos períodos de contratação, procurando repercutir situações de inesperadas promoções que depois vão parar ao próprio produtor”, disse, citada pela TSF.
Promoções mais agressivas
A tendência de campanhas cada vez mais agressivas e “espectaculares” no comércio veio para ficar. ”. António Rosseau, que foi director-geral da Associação Portuguesa das Empresas da Distribuição durante 30 anos, não tem dúvidas de que casos como o do Pingo Doce, que ontem fez uma campanha surpresa de 50% de desconto em todos os produtos nas 356 lojas, vão repetir-se. “Não quer dizer que sejam iguais a esta, mas serão mais espectaculares e mais mediáticas. O consumidor e o mercado em geral responde muito à espectacularidade”, disse ao PÚBLICO.
Será difícil para a concorrência “igualar e repetir” uma acção semelhante, até porque para reduzir os preços para metade “é preciso arcaboiço, ousadia e coragem”. “Do ponto de vista de marketing foi genial”, diz o consultor.
Fonte: Público