Ministra da Justiça desmente PGR no caso dos submarinos
Pinto Monteiro e Paula Teixeira da Cruz em rota de colisão. Procurador diz que não recebeu verba do Ministério para fazer perícias no inquérito dos submarinos
O Procurador Geral da República e a ministra da Justiça entraram de novo em rota de colisão. Desta vez por causa do processo-crime à compra dos submarinos. Pinto Monteiro justificou os atrasos no processo com a falta de envio de verba da parte do Ministério da Justiça para o pagamento de perícias. A declaração caiu que nem uma ‘bomba' no Ministério da Justiça e Paula Teixeira da Cruz desmentiu de imediato o Procurador, com quem mantém relações difíceis desde que iniciou mandato.
"Não existe nenhum pedido no Ministério da Justiça referente ao pagamento de qualquer verba para perícias ou qualquer diligência que tenha sido requerida no âmbito do processo dos submarinos ou qualquer outro", reagiu o gabinete de Paula Teixeira da Cruz, numa nota enviada ao Diário Económico. Nesta, a ministra responsabiliza implicitamente a Procuradoria sobre eventuais atrasos no processo-crime da compra dos dois submarinos aos alemães da Ferrostal (concretizada no mandato de Paulo Portas como ministro da Defesa). "O Ministério da Justiça tem tido um empenho rigoroso na disponibilização dos meios necessários para que a investigação criminal faça o seu caminho", reage Paula Teixeira da Cruz. Dizendo depois: "A Polícia Judiciária, apesar de o processo decorrer há vários anos, nunca foi solicitada a realizar qualquer perícia. Em Fevereiro de 2006, foi solicitada a colaboração da PJ para prestar assessoria na realização de buscas na sede de uma empresa, no âmbito do processo dos submarinos, não tendo sido pedida nenhuma colaboração posterior."
Diário Económico