Dívida dos municípios andará nos 12 mil milhões
O ministro dos Assuntos Parlamentares afirmou que a dívida global dos municípios e empresas municipais "andará nos 12.000 milhões de euros" e que a de curto prazo, ainda em apuramento, "nunca será inferior a 3.000 milhões" de euros.
"A dívida dos municípios, na totalidade de municípios e empresas municipais, andará nos 12.000 milhões de euros. A dívida de curto prazo dos municípios, que está a ser apurada, nunca será inferior a 3.000 milhões. Estamos a falar de números muito elevados", disse Miguel Relvas na segunda-feira numa aula aberta no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP), em Lisboa.
Aos jornalistas, antes da conferência, Miguel Relvas recordou que o Governo está a fazer "um balanço sobre a situação económica e financeira dos municípios", admitindo que a "situação é delicada", mas sem avançar valores.
"É um valor mais elevado do que desejaria", admitiu.
Miguel Relvas disse ainda esperar que a contabilização das dívidas fique finalizada até ao final desta semana.
Em finais de janeiro, o ministro considerava ser "muito preocupante" a dívida de curto prazo dos 38 municípios mais endividados, que ascendia a 1.500 milhões de euros, segundo a Associação Nacional de Municípios Portugueses.
"É muito preocupante, até porque, na globalidade, a dívida ascende a 8.000 milhões de euros", advertiu então Miguel Relvas, que hoje apresentou novos números para a dívida 50 por cento superiores (mais 4.000 milhões).
Em finais de fevereiro, uma carta com as assinaturas dos ministros das Finanças e dos Assuntos Parlamentares exigia aos 308 presidentes de câmara do continente, da Madeira e dos Açores que detalhassem à Inspeção-Geral de Finanças, até 15 de março, o montante que os municípios têm em dívida.
Na semana passada, o presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses, Fernando Ruas, admitiu que o valor das dívidas que os municípios irão fornecer à Inspeção-Geral de Finanças é essencial para a definição de medidas futuras.
Diário de Noticias