Excepções aos cortes salariais 'têm que se tornar regra'
A Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (FECTRANS) defendeu hoje que as excepções aos cortes salariais concedidas pelo Governo «têm de se tornar a regra».
O coordenador da FECTRANS, José Manuel Oliveira, qualificou, em declarações à Lusa, como um «nítido recuo em vésperas de greve geral» o Governo ter acolhido adaptações aos cortes salariais na TAP e na Caixa Geral de Depósitos (CGD).
O Governo «pretende, dessa forma, procurar amaciar a reacção de um conjunto de trabalhadores à grande ofensiva que estão a preparar no âmbito da revisão do Código do Trabalho», acrescentou o sindicalista.
José Manuel Oliveira disse ainda que, no entender da federação, «as excepções têm de se tornar regras, quer no conjunto das restantes empresas, quer no conjunto das matérias que ainda estão fora destas excepções que o Governo está a fazer».
O coordenador da FECTRANS disse ainda que o argumento usado pelo Governo para permitir as adaptações na TAP «é aplicável em todas as outras empresas [do sector] dos transportes e comunicações: todas estão em processos de privatização e num mercado concorrencial».
O Governo aceitou manter os salários dos trabalhadores da TAP, mas a companhia aérea comprometeu-se a poupar mais de 73 milhões de euros e a suspensão integral dos subsídios de férias e de natal, segundo dados divulgados na quinta-feira pelo Ministério das Finanças.
A CGD foi também autorizada a manter os salários dos colaboradores este ano, desde que cumpram os objectivos de redução de custos com pessoal equivalente a esses cortes, ainda que se mantenha a suspensão dos subsídios de férias e Natal.
No domingo, a secretária de Estado do Tesouro e das Finanças garantiu, no Telejornal da RTP, citada pelo Jornal de Negócios, que «não há excepções» nos cortes salariais no universo empresarial do Estado, afirmando que existem são adaptações e não tendo excluído que estas ocorram noutras empresas.
Lusa/SOL