Parlamento ainda vai decidir se trabalha no Carnaval
A decisão sobre trabalhos parlamentares será tomada em conferência de líderes, marcada para dia 15 de Fevereiro
A decisão sobre a realização de trabalhos parlamentares na terça-feira de Carnaval só será tomada na próxima conferência de líderes e tem de ser unânime, disse hoje à Lusa fonte do gabinete da presidente da Assembleia da República.
Questionado pela Lusa sobre a forma como a decisão do Governo de não conceder tolerância de ponto no Carnaval irá afectar os trabalhos parlamentares, a fonte do gabinete de Assunção Esteves respondeu que o assunto não foi discutido na última conferência de líderes.
"É uma decisão que tem de ser unânime, portanto só pode ser tomada na próxima conferência de líderes [agendada para dia 15]", explicou, salvaguardando que na calendarização dos trabalhos disponível na página do Parlamento na Internet o dia 21, dia de Carnaval, está reservado a comissões parlamentares.
O PS já esclareceu no domingo que, caso sejam marcados trabalhos parlamentares, os deputados socialistas comparecerão na Assembleia da República na terça-feira de Carnaval, recusando, assim, reeditar a falta de comparência dos seus deputados no Parlamento em 1993, quando o então primeiro-ministro Aníbal Cavaco Silva não deu tolerância de ponto e apenas compareceram na Assembleia da República os deputados do PSD.
"Desta vez, os deputados do Partido Socialista comparecerão se forem marcados trabalhos", respondeu Carlos Zorrinho. Também o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, admitiu no sábado que se a Assembleia da República funcionar normalmente no dia de Carnaval, os deputados comunistas vão trabalhar.
"Se a Assembleia da República funcionar [os deputados do PCP] sim, depende da ordem de trabalhos desse dia", admitiu. O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, anunciou na sexta-feira que o Governo não dará tolerância de ponto aos funcionários públicos no Carnaval, argumentando que "ninguém perceberia" que tal acontecesse numa altura em que o Executivo se propõe acabar com feriados.
"Julgo que ninguém perceberia em Portugal, numa altura em que nós estamos a propor acabar com feriados como o 5 de Outubro ou o 1.º de Dezembro ou até feriados religiosos, que o Governo pensasse sequer em dar tolerância de ponto, institucionalizando a partir de agora o Carnaval como um feriado em Portugal", justificou o primeiro-ministro.
Diário Económico