Aviões em risco de parar com greves dos controladores e trabalhadores da TAP

Os controladores aéreos da NAV e os trabalhadores da TAP decidiram avançar com greves parciais e ao trabalho suplementar, em protesto contra as medidas de austeridade e o acordo tripartido assinado em concertação social na semana passada.

A Comissão de Trabalhadores da NAV avançou hoje à Lusa que a paralisação dos controladores aéreos se fica a dever ao facto de os sindicatos “não admitirem que o Governo, de forma inexplicável, mantenha a empresa sem orientações estratégicas e sem gestão”, numa referência ao facto de a operadora de tráfego estatal estar sem administração há vários meses.

A greve, que começará a 8 de Fevereiro e se estenderá até dia 12, vai incidir sobre duas horas de cada turno de trabalho e coloca sérias ameaças à aviação, uma vez que, sem estes profissionais, não é possível gerir todo o tráfego que entra e sai de Portugal.

No comunicado, a Comissão de Trabalhadores relembra que a NAV “depende apenas dos serviços que presta e não do Orçamento do Estado”, uma vez que as suas receitas são geradas em função dos custos que reporta ao Eurocontrol. O facto de, apesar disso, ter sido sujeita às medidas de austeridade impostas às empresas públicas tem sido alvo de contestação.

TAP afectada a partir de 7 de Fevereiro

O Sindicato dos Técnicos de Handling de Aeroportos (STHA) também já enviou um pré-aviso de greve à TAP que incidirá sobre o trabalho suplementar, entre 7 de Fevereiro e 31 de Maio.

Num comunicado enviado ao PÚBLICO, o sindicato explica que tomou esta decisão “após profunda análise da situação socioeconómica e sindical em Portugal”, nomeadamente as medidas inscritas no Orçamento do Estado e as alterações laborais, na sequência do acordo de concertação social da passada semana.

Estes factores “constituem um grave problema que desafia em particular os trabalhadores da TAP e a sociedade no seu conjunto”, refere o STHA no comunicado, acrescentando que “o que o actual Governo vem fazendo de forma transversal e cega não augura nada de positivo e demonstra falta de rigor”.

“A TAP não é uma repartição de Finanças”, sublinha o sindicato, acusando o Estado de penalizar a transportadora aérea estatal. O único accionista "mais não tem feito do que servir-se da TAP”, lê-se no comunicado.

A greve incidirá sobre o trabalho em dia de feriado, o trabalho suplementar em dia útil e o trabalho em prolongamento no regime de modulação de horário, esclarece o STHA.

Público