Schäuble: Negociações sobre novo Tratado do euro estão "bem encaminhadas"
Ministro alemão das Finanças esteve esta manhã reunido em Paris com o seu colega francês para preparar o Eurogrupo desta noite e a cimeira do dia 30.
Wolfgang Schäuble voltou esta manhã a manifestar-se confiante na possibilidade de ser fechado ainda neste mês um acordo sobre os termos do novo Tratado que endurecerá as regras e as sanções a que passarão a estar sujeitos os países do euro.
No final de um encontro em Paris com o seu homólogo francês François Baroin, Schäuble assegurou que as negociações estão “bem encaminhadas” e que espera que, como previsto, possam ser concluídas ainda neste mês, no quadro de uma cimeira que terá lugar em Bruxelas no dia 30.
O novo Tratado consagra a meta muito mais restritiva para o Saldo orçamental de 0,5% em termos estruturais (retirando o efeito da variação da conjuntura e das medidas temporárias) e prescreve sanções quase automáticas para quem se desviar de forma "significativa" dos objectivos.
As penalizações financeiras podem ascender a 0,1% do PIB do país infractor, revertendo as coimas a favor do novo Mecanismo Europeu de Estabilidade, que sucederá ao actual Fundo Europeu de Estabilidade Financeira, possivelmente já em meados do próximo ano.
O ministro alemão pediu ainda sentido de urgência no processo de renegociação da dívida grega. As negociações seguem tensas, a julgar pelos relatos que ambas as partes vão fazendo. No sábado o representante dos bancos saiu mesmo de Atenas, deixando a trabalhar a sua equipa técnica.
Não é assim certo que os ministros das Finanças do euro esta noite possam analisar a proposta de acordo final. Enquanto os credores procuram travar as perdas que já vão numa redução da dívida de cerca de 65% a 70%, a troika teme que, mesmo assim, a sustentabilidade da dívida grega não fique assegurada. Charles Dallara, o representante dos bancos terá passado o domingo em Paris, e não se sabe quando regressará a Atenas.
A cimeira europeia de Outubro último aprovou um segundo pacote de ajuda à Grécia da ordem dos 130 mil milhões de euros, na condição de as instituições financeiras privadas aceitarem uma redução da dívida pública de 50% - valor que, entretanto, já se revelou manifestamente insuficiente para acalentar a expectativa de tornar a dívida grega sustentável.
Jornal de Negócios