Supremo condena Estado a pagar 3,5 milhões a instituição religiosa por burla do BPN.
O Supremo Tribunal de Justiça (STJ) condenou o BPN a devolver 3,584 milhões de euros com juros desde Abril de 2006, ao Instituto Missionário da Consolata, com sede em Fátima que, durante um ano, entregou essa quantia a um gestor daquele banco que prometia juros mais elevados do que os do depósito a prazo. O bancário utilizou antes o dinheiro para investir na Bolsa e perdeu-o.
Agora é o Estado português que terá de ressarcir aquela instituição religiosa, já que é responsável por todas as obrigações do BPN entretanto nacionalizado.
O acórdão do STJ com data de 15 de Dezembro considerou provado que o gestor, Leonel Gordo, de 46 anos, burlou o padre responsável do Instituto, entre 2004 e 2005. Convenceu-o a resgatar depósitos a prazo e aplicações para investimentos seguros e “quando por telefone” o padre lhe dizia que ía “levar depósitos, fazer transferências entre contas ou formalizar operações que aquele lhe propunha”, o bancário “quase sempre retorquia que não valia a pena estar a maçar-se com deslocações ao Banco, pois ele se deslocaria pessoalmente para concretizar tais operações”, refere o acordão.
Quando o Instituto Missionário pediu informação sobre os investimentos recebeu documentos falsos. Descoberto o desvio do dinheiro, o gestor do BPN foi condenado, em 2008, por burla e falsificação a quatro anos e meio de cadeia com pena suspensa.
Público