António Costa evita falar em travão nas rendas, mas quer "encontrar ponto de equilíbrio"

O primeiro-ministro garante que o Governo está a "ponderar qual é o coeficiente de atualização do próximo ano".

O primeiro-ministro, António Costa, garantiu esta quarta-feira que o Governo está a estudar qual será o coeficiente de atualização das rendas para o próximo ano, mas evita falar em travão.

"Estamos agora a ponderar qual é o coeficiente de atualização do próximo ano. No ano passado, num momento de grande incerteza e perante a inflação exponencial que estávamos a ter, colocámos um travão ao aumento das rendas. Este ano, a inflação já está em queda, mas, de qualquer forma, o valor da inflação prevista implicaria um grande aumento das rendas", disse o chefe de Governo aos jornalistas no Porto.

Para o primeiro-ministro, é preciso encontrar "um ponto de equilíbrio": "Vamos procurar o valor que seja mais próximo possível das possibilidades das famílias e do que está fixado na lei, porque se nós queremos ter um mercado de arrendamento, também temos de ter um mercado de arrendamento estável e previsível. Temos de encontrar o ponto de equilíbrio adequado."

António Costa, que de manhã tinha visitado a Escola Secundária Alexandre Herculano, também abordou o problema da educação, nomeadamente a questão da renovação dos professores, aproveitando para responder a Marcelo Rebelo de Sousa.

"Nos próximos anos vamos ter um conjunto elevado de professores que se vão reformar. Precisamos de formar novas gerações de professores. No ano passado aumentaram 14% o número de estudantes que entraram para escolas superiores de educação. Este ano foi 21%, o que significa que há mais estudantes a quererem ser, no futuro, professores", reflete.

O primeiro-ministro considera que o Governo está a ir "num bom sentido", lembrando a "sensibilidade" relativa ao "acelerador" que colocou no diploma já aprovado por Marcelo Rebelo de Sousa sobre o congelamento da carreira dos professores que "não atingiu do mesmo modo as pessoas, porque atingiu diferentemente consoante a posição que as pessoas tinham na carreira".

António Costa marcou presença na receção aos alunos da Universidade Porto e esteve ainda na inauguração de uma residência estudantil.

"Neste momento, o que está a ocorrer em todo o país, é um investimento gigantesco nunca feito em alojamento estudantil. Esta é uma das sete residências que só o Porto tem em mãos", garante o primeiro-ministro, explicando que "o plano é até ao final 2026 duplicar o número de camas disponíveis", já que o alojamento é "a maior barreira para os estudantes deslocados".

Fonte: TSF
Foto: Fernando Veludo/LUSA