Insolvências em Portugal sobem pelo terceiro mês seguido, com aumento de 23% em julho
Nos primeiros sete meses do ano, os setores mais fustigados por encerramentos foram os transportes, serviços, construção, agricultura e comércio a retalho. Criação de empresas também baixa em julho.
As insolvências em Portugal aumentaram mais de 23% em julho face ao mesmo período do ano passado, equivalente a um total de 286 casos. Os dados da Iberinform confirmam a tendência de subida neste indicador, após os crescimentos de 21% em maio e de 28% em junho. O acumulado de ações até julho ascende agora a 2.341 insolvências, menos 0,1% do que em igual período de 2022.
Nos primeiros sete meses do ano, as declarações de insolvências requeridas por terceiros subiram 20% (mais 75 pedidos), enquanto as declarações apresentadas pelas próprias empresas cresceram 13% (mais 48 apresentações). Segundo a filial da Crédito y Caución, os encerramentos com plano de insolvência diminuíram 8%, com um total de 23 ações, a mesma percentagem de decréscimo registada no encerramento de processos, que baixou de 1.552 para 1.429.
Neste período, os setores mais fustigados por encerramentos foram os transportes (17%), os serviços (8%), a construção (6.3%), a agricultura (+2,4%) e o comércio a retalho (1,1%). Em termos geográficos, os distritos de Lisboa (550) e Porto (515) concentram o maior número de casos, mas abaixo dos registos de 2022 (14% e 5,2%, respetivamente). O mesmo acontece na Guarda (-41%), Santarém (-30%), Ponta Delgada (-29%), Castelo Branco (-27%) e Setúbal (-3,6%).
Por outro lado, seis em cada dez regiões portuguesas já estão “no vermelho” neste indicador: Vila Real (53%); Faro (35%); Leiria (34%); Horta (33%); Angra do Heroísmo (29%); Braga (26%); Coimbra (21%); Portalegre (18%); Évora (16%); Viana do Castelo (15%); Madeira (15%); Aveiro (11%) e Viseu (1,8%).
Menos empresas criadas desde o início do verão
Também a baixar, neste caso pelo segundo mês consecutivo, está a criação de empresas em Portugal. As constituições registadas em julho — num total de 3.371 –, diminuíram 9,2% face ao mesmo mês do ano passado. No entanto, no acumulado dos primeiros sete meses do ano, o total de novas empresas (30.405) ainda supera os parciais de 2022 (+4,1%) e de 2021 (+24%).
O número de constituições mais significativo regista-se no distrito de Lisboa, com 10.293 novas empresas criadas até final de julho deste ano (+2,9% face a 2022), seguido pelo distrito do Porto com 5.088 (+3,9%). Com acréscimos destacam-se igualmente os distritos de Beja (17%); Viana do Castelo (9,1%); Viseu (9%); Setúbal (8,8%); Aveiro (8,2%); Faro (7,8%); Coimbra (6,3%); Portalegre (5,6%); Leiria (4,5%); Santarém (4,5%) e Braga (3,7%).
Fonte: Eco