Submarinos: Ex-gestores da Ferrostaal julgados em Munique por suborno de ex-cônsul português
Dois ex-gestores da Ferrostaal começam na quinta-feira a ser julgados por suborno de funcionários públicos estrangeiros, incluindo o ex-cônsul honorário de Portugal em Munique, no âmbito da venda de submarinos a Portugal e à Grécia.
O julgamento no Tribunal regional de Munique, em que a Ferrostaal também é acusada, incidirá, sobretudo, sobre as actividades de Johann-Friedrich Haun, 73 anos, ex-administrador, e Hans-Dieter Mühlenbeck, 73 anos, ex-procurador, no que respeita a dois contratos de venda de submarinos à Grécia, mas também à venda a Portugal, em 2004, de dois submersíveis do tipo 209 PN.
Segundo a acusação, para obter os contratos de venda com Lisboa e Atenas, os arguidos pagaram 62 milhões de euros de "luvas", entre 2000 e 2007.
Um dos beneficiários terá sido o ex-cônsul honorário de Portugal em Munique, Jürgen Adolff, que continua a ser alvo de investigações e deverá ser arguido num outro processo, por corrupção passiva.
Segundo o Ministério Público de Munique, Haun prometeu a Adolff vantagens económicas se lhe propiciasse contactos com altos representantes do Governo português.
Foi depois Mühlenbeck que celebrou com o diplomata um contrato de consultoria para a Ferrostaal, a 23 de janeiro de 2003, lê-se na queixa-crime, a que a Lusa teve acesso.
Lusa