Bolsa: Galp perde recurso e é condenada por não divulgar acordo com petróleos da Venezuela
A Galp perdeu o recurso no Tribunal da Relação relativamente à condenação do pagamento de uma coima de 35 mil euros por violação do dever de divulgação de informação privilegiada de um acordo com a empresa de petróleos da Venezuela.
Segundo informação divulgada pela Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o acórdão do Tribunal da Relação nega o provimento ao recurso da Galp Energia, confirmando a sentença do Tribunal de Pequena Instância Criminal que condenou a empresa portuguesa por não divulgação imediata de informação privilegiada sobre um acordo realizado com a empresa de petróleos venezuelana PDVSA, a 19 de setembro de 2007.
O acórdão refere que a Galp "não divulgou imediatamente que estava em negociações com a PDVSA para a assinatura de um acordo com o objetivo de fazer da Venezuela uma das principais fontes de importação de petróleo para Portugal e de permitir à arguida estar envolvida em projetos de exploração e produção de petróleo na Venezuela".
A CMVM acusou a Galp de alimentar notícias com "declarações do presidente da comissão executiva da Galp, que quebraram assimetricamente a confidencialidade sobre as negociações em curso", sendo que a empresa "demorou mais de 6 horas a divulgar o comunicado de informação privilegiada devido, apesar de ter sido alertada pela CMVM para a necessidade de cumprimento do dever.
Esta acusação surge depois de Manuel Ferreira de Oliveira ter prestado "declarações a agência noticiosa Lusa que (alimentaram)) as notícias divulgadas nas edições (em papel) do dia 19 de setembro de 2007", refere o acórdão.
Na acusação a CMVM alerta também para o facto de o valor da coima de 35 mil euros ser "perfeitamente irrisório face aos proveitos operacionais e aos capitais próprios da Galp".
Lusa