Face Oculta: Tribunal aceita juntar ao processo novas escutas com Armando Vara

O tribunal de Aveiro aceitou juntar ao processo 'Face Oculta' as novas escutas envolvendo o ex-ministro Armando Vara, que o Ministério Público (MP) pretendia ver transcritas e usadas como prova no julgamento.

A decisão foi comunicada hoje pelo juiz presidente Raul Cordeiro, durante o início da nona sessão do julgamento, que está a decorrer no Tribunal de Aveiro.

O magistrado considerou "fundada" a pretensão do MP, acrescentando que o requerimento merece acolhimento "com vista à descoberta da verdade e boa decisão da causa".

Trata-se de escutas de duas conversas telefónicas com o arguido Armando Vara a falar sobre a eventual demissão do então presidente da CP, Cardoso dos Reis, e que, segundo a acusação, provam a capacidade do ex-ministro socialista para influenciar o processo de decisão junto de responsáveis governativos.

A junção aos autos destas novas escutas foi contestado pela maioria dos advogados de defesa e levou mesmo o advogado de Carlos Vasconcellos, João Folque, a sugerir que este processo deveria deixar de se chamar "Face Oculta" para se passar a designar "prova oculta".

Após a audição das escutas, há cerca de duas semanas, o advogado de Armando Vara, Tiago Bastos, desvalorizou a sua importância, afirmando serem já conhecidas "mais palavra, menos palavra", pelo resumo nos autos e "em páginas de jornais" e sem interesse processual.

Lusa