BPP: Advogado dos clientes acusa Estado de prejudicar credores

O advogado Carlos do Paulo, que representa os clientes do Banco Privado Português (BPP), acusou hoje o Estado de "prejudicar muitos credores" do banco ao alienar património sem que a verba conseguida vá para a "massa falida".

"O Estado está a exercer privilégios creditórios em detrimento dos clientes. Está a alienar património prejudicando clientes porque isto não vai para a massa falida do banco", disse à Lusa Carlos do Paulo, referindo-se à venda em leilão do edifício do BPP no Porto.

As instalações do banco na Avenida Montevideu, que foram ocupadas várias vezes pelos clientes, estão hoje à venda em leilão eletrónico, com um preço base de 394.611 euros.

"Isto tem o fim de pagar ao consórcio a contragarantia do Estado, ficando de fora da esfera jurídica dos clientes e do banco", lamentou o advogado.

Carlos do Paulo acusa ainda o Estado de ter apoiado o banco, mas ter deixado de lado os clientes do BPP.

"O Estado apoiou o banco, mas não apoiou os clientes e agora está a cobrar diretamente, fazendo venda de património, das contragarantias que tinha, prejudicando os clientes", afirmou.

Lusa