Protecção Civil não enviou SMS de alerta porque há outros meios “muito mais eficazes”
Não foram enviadas quaisquer mensagens de alerta na sequência da tempestade Elsa.
O comandante da Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil (ANEPC), Duarte da Costa, indicou neste domingo que os meios de alerta utilizados durante a tempestade Elsa são “muito mais eficazes” nestas circunstâncias do que o envio de mensagens escritas por telemóvel (SMS).
Em resposta a perguntas de jornalistas, durante uma conferência de imprensa na sede da ANEPC, Duarte da Costa disse que esta opção foi tomada dois dias antes da chegada da tempestade a Portugal. “Nesta altura as SMS não seriam o meio ideal. Através dos serviços municipais de protecção civil, temos outros meios mais rápidos e mais específicos para passar mensagens efectivas, que sejam compreendidas pela população, que foi o que sucedeu”, especificou.
Na sua edição deste domingo, o Jornal de Notícias alertava para o facto de não terem sido enviadas mensagens escritas de alerta às populações na sequência da tempestade Elsa apesar de o sistema prever o envio em situações de cheia.
Em Julho, o Estado pagou 900 mil euros às operadoras por um sistema que utilizou em Setembro, na sequência de uma onda de calor, quando enviou mais de quatro milhões de SMS para o risco de incêndio. Na altura a decisão de enviar as mensagens surgiu depois de ter sido decretado o estado de alerta máximo.
Apesar das centenas de desalojados e milhares de ocorrências, com especial destaque na zona da bacia do Mondego, a ANEPC justificou ao JN o não envio das SMS porque “as mensagens dizem muito pouca coisa” e este serviço “queria dizer muito mais”.
A tempestade Elsa e a depressão Fabien atingiram o norte e centro do país nesta semana. O último balanço feito pela ANEPC, às 20 horas deste domingo, dava conta de 11.400 ocorrências. Na sequência das cheias, 144 pessoas ficaram desalojadas e outras 352 foram forçadas a sair de casa. Na operação estiveram envolvidos 1225 operacionais. “Tem corrido muito bem”, frisou Duarte da Costa, adiantando que ao início da noite “a única situação que continua a ser preocupante é a da região de Coimbra”, devido ao perigo de rotura de mais um dique do Mondego.
Fonte: Público