Investigações a crimes de corrupção aumentaram 80% em 2011

Relatório da PGR revela que foram abertos 530 inquéritos no ano passado, contra as 288 investigações criminais de 2010

As investigações à criminalidade económico-financeira e aos crimes mais graves, como o terrorismo, dispararam mais de 80% o ano passado. O mais recente relatório da Procuradoria Geral da República (PGR), referente a 2011, revela que o ano passado foram abertos 530 "novos inquéritos de grande complexidade e dimensão", contra as 288 investigações criminais instauradas no ano anterior. Infracções económico-financeiras, burlas qualificadas ao Estado, corrupção, peculato, branqueamento de capitais, fraude fiscal e associação criminosa foram os principais crimes alvo de um inquérito.

O DCIAP, departamento dirigido pela procuradora Cândida Almeida, que tem a cargo os crimes mais complexos e os mega-processos, justifica no relatório que a dimensão dos novos inquéritos é tal que exigiram "a realização de morosas perícias", bem como a emissão de cartas rogatórias que "retardam em anos a conclusão das investigações". Na verdade, o facto de ter disparado o número das novas investigações aos crimes económicos não significa necessariamente que os processos terminem em acusações. Aliás, a reduzida concretização das investigações é muitas vezes uma das principais falhas apontada ao Ministério Público, que se queixa recorrentemente da falta de meios (financeiros e humanos) e da dificuldade na obtenção de provas. "São manifesta e publicamente conhecidas as deficiências e insuficiências logísticas e a insuficiência do número de magistrados e de órgãos de Polícia Criminal com que o DCIAP se tem confrontado", avisa Cândida Almeida, alegando que os magistrados do departamento têm dado "uma resposta minimamente aceitável".

Fonte: Diário Económico