MP coloca Portas como suspeito no caso dos submarinos

Carta rogatória é clara: investigação associa depósito de um milhão de euros na conta do CDS, em 2005, ao negócio dos navios

O 'Diário de Notícias' titula hoje que o Ministério Público "insinua que Portas é suspeito no caso dos submarinos" e que num documento oficial enviado às autoridades inglesas a pedir acesso às movimentações de uma conta bancária, o actual ministro dos Negócios Estrangeiros [na altura ministro da Defesa] é apontado como alvo de investigação.

Em duas cartas rogatórias enviadas em 2011 pelo Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) para a Suiça e para a Inglaterra são levantadas suspeitas sobre pagamentos de subornos.

Na carta que foi enviada para Inglaterra o DCIAP relaciona um depósito de um milhão de euros numa conta do CDS, em 2005, à decisão de Paulo Portas, tomada um ano antes como ministro da Defesa, de adjudicar o negócios dos submarinos à MAN Ferrostaal.

De acordo com o jornal, o Ministério Público investigava então dois movimentos: o pagamento de 30 milhões à Escom, empresa do grupo Espírito Santo que assessorou os alemães, e uma segunda relativa ao pagamento de 1,7 milhões a Rogério d'Oliveira, ex-consultor da empresa que vendeu os submarinos.

"Resultam suspeitas que parte do dinheiro pago ao GSC [German Submarine Consortium] à Escom tenha sido utilizado para pagamentos indevidos e como contrapartidas a decisores políticos e a grupos políticos envolvidos nas negociações", pode ler-se num dos documentos, citado pelo jornal.

"Foram recolhidos elementos que indiciam a existência de uma relação entre aqueles depósitos e a outorga pelo ministro da Defesa Paulo Portas dos contratos de submarinos e contrapartidas", escreve o DCIAP em 2011 ao Serioues Fraud Offica (SFO), no Reino Unido.

Fonte: Diário Económico