Inquéritos a crimes económicos aumentam com agravar da crise
Os processos por crimes económicos voltaram a aumentar nos primeiros seis meses deste ano, sobretudo nos centros urbanos
O fenómeno era já esperado pelos mais altos responsáveis do Ministério Público (MP) por causa da crise : os inquéritos por crimes económicos voltaram a aumentar nos primeiros seis meses deste ano. Sobretudo nos centros urbanos. No distrito de Lisboa, segundo o relatório da Procuradoria Geral Distrital de Lisboa (PGDL), o MP iniciou 253 investigações, mais 11,5% que no primeiro semestre de 2011. A maioria dos processos está na capital. Fonte oficial da Procuradoria diz ao Diário Económico que ainda é cedo para se falar "numa tendência" e explica que existe uma maior "capacidade para a detecção" dos fenómenos de corrupção.
Mas a subida já vem do ano passado. Nos doze meses de 2011, o MP de Lisboa investigou um total de 434 crimes de natureza económica, mais crimes que em 2010. Dos crimes prioritários previstos na Lei de Política Criminal, a corrupção foi um dos que registou mais inquéritos o ano passado.
A directora do Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP), Maria José Morgado, já tinha avisado que a crise "aumenta os riscos" de corrupção e o próprio Procurador Geral da República (PGR) deixou claro que, "em tempo de crise, aumenta a corrupção e a criminalidade". O MP tem discutido o fenómeno entre as suas mais altas estruturas e a especialização e reforço da cooperação entre procuradores e polícias têm sido as principais metas defendidas para combater o esperado aumento da criminalidade económica - corrupção, peculato, participação económica em negócio, administração danosa, tráfico de influências ou crime urbanístico.
Fonte: Diário Económico