Euler Hermes: Insolvências de empresas vão aumentar 50% em Portugal
As insolvências de empresas vão aumentar 50% em Portugal este ano, segundo um estudo da empresa especializada em seguros de crédito Euler Hermes, que afirma que no mundo estas vão crescer 4%
As previsões realizadas pela empresa precisam que o continente americano será a excepção, com as insolvências a caírem 9% este ano. Já nos países mediterrâneos as insolvências deverão registar um recorde, ao aumentarem 20%.
Os países analisados por este estudo da Euler Hermes representam 86% do Produto Interno Bruto (PIB) do mundo, revela a empresa, para quem a desaceleração da economia mundial e as medidas orçamentais e monetárias tomadas não sugerem "nenhuma melhora" no curto prazo nas insolvências de empresas.
Segundo estes dados, a Europa é o principal responsável pela subida das insolvências. Portugal destaca-se com um aumento estimado de 50% em 2012, acima do crescimento de 19%registado o ano passado.
O valor estimado para a economia portuguesa está em linha com o divulgado recentemente de que, até Junho, o número de empresas que iniciou processos de falência aumentou 46,7%, segundo o barómetro empresarial da Informa/D&B. No primeiro semestre, o número de falências atingiu 3.183 sociedades, a uma média superior a 500 por mês, concentradas sobretudo nos sectores da construção, indústrias transformadoras e retalho.
Já na Grécia as insolvências devem crescer 30% e em Espanha 20%.
Holanda (mais 25%) e o Brasil (mais 28%) são outros dois países que vão impulsionar o aumento do número de insolvências, o que para a Euler Hermes demonstra que ainda não foi alcançado o crescimento económico mundial necessário para levar à queda das insolvências.
O Índice Global elaborado pela empresa, que resume a evolução de insolvências empresariais no mundo, acrescenta que "há um intervalo de tempo entre a decisão política económica e o seu impacto na economia real".
"O tecido industrial está em perigo e reconstituí-lo vai levar tempo", disse o economista-chefe da Euler Hermes, para quem a queda nas insolvências não vai abrandar, a menos que haja novos incentivos à economia e diminua a turbulência nos mercados financeiros.
Fonte: Jornal de Notícias