TAP e pilotos cedem nas negociações e travam greve
A TAP aceita rever sanções e faltas injustificadas, mas não aceita demitir de funções os pilotos com cargos de chefia em terra
Uma maratona negocial na noite de terça-feira e na manhã de ontem permitiu que o Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) e a administração da TAP evitassem nove dias de greve. Os pilotos receberam do Governo - representado pelo secretário de Estado das Obras Públicas, dada a visita do ministro da Economia a Angola - a garantia de que a situação laboral seria acompanhada de perto em reuniões tripartidas, já a TAP tenta num derradeiro esforço recuperar parte das 46.230 reservas perdidas com o pré-aviso entregue pelos pilotos a 21 de Junho.
"Há alguns passageiros que em definitivo estão perdidos, mas há outros que pretendem ser realocados", diz fonte oficial da companhia. Apesar deste esforço, a TAP diz que registou um prejuízo directo de 9,7 milhões de euros durante o período em que vigorou o pré-aviso. Em comunicado, a empresa "lamenta os prejuízos e inconvenientes já causados pelo anúncio da greve, e sublinha que tudo continuará a fazer para, através do diálogo, evitar maiores danos para os seus passageiros e para a economia nacional".
Tal como o Económico divulgou ontem ao final da manhã em primeira mão, os pilotos aceitaram cancelar a greve, tendo comunicado mais tarde que do entendimento entre as partes e "através da importante mediação do Governo" ficou definida a "criação de um grupo de trabalho tripartido para a resolução dos problemas que motivaram a greve". O comunicado da TAP, emitido posteriormente, explica que se trata de encontrar "soluções para os conflitos laborais emergentes da interpretação e aplicação do Acordo de Empresa"
Diário Económico