Risco de bancarrota: Portugal desce e Espanha fixa novo recorde.

Portugal desceu para 4º lugar no "clube" dos candidatos a bancarrota e Espanha fixou hoje novo máximo com quase 41% de risco de incumprimento. Itália foi "contagiada" e pode entrar para o "clube".

Com o risco de incumprimento, num horizonte de cinco anos, a descer para 56,63%, Portugal foi ultrapassado pela Argentina, situando-se, agora, em 4º lugar no "clube" dos candidatos a bancarrota, segundo dados da CMA DataVision. Há uma semana, o risco estava em 58,75% e na sexta-feira passada fecharam em 57,37%.

Também nas yields (juros) das obrigações do Tesouro (OT) no mercado secundário, se confirmou a tendência de descida das últimas semanas em todos os prazos. Os juros das OT a 2 e a 3 anos fecharam em níveis inferiores a 8,5%, já abaixo dos valores verificados aquando do pedido de resgate pelo anterior governo, segundo dados da Bloomberg.

O dia bafejou Portugal, mas também a Alemanha. Os juros dos Bunds, títulos alemães, a 2 anos desceram, de novo, para próximo de 0%, tendo fechado em 0,025%, e os juros a 10 anos desceram para 1,412%. Os Bunds continuam a revelar-se como valores refúgios para os investidores na dívida soberana da zona euro.

Dia negro para Espanha: finalmente acima dos 7%


A vitória da Nova Democracia nas eleições gregas teve um impacto positivo temporário no conjunto dos "periféricos". Mariano Rajoy, na sua deslocação ao G20 no México como "convidado", falou cedo de mais sobre os benefícios dos resultados eleitorais gregos. A pressão sobre Espanha e Itália regressou ainda de manhã aos mercados da dívida. Bem como sobre Chipre, cujo risco de incumprimento subiu para 73,97%., conservando o 2º lugar no referido "clube".

Espanha voltou a fixar recordes hoje, com as yields (juros) das obrigações espanholas (OE) nos prazos a 5 e a 10 anos a fixarem novos máximos. Segundo dados da Bloomberg, os juros das OE a 5 anos fecharam em 6,55%, ultrapassando o anterior máximo de 25 de novembro de 2011, e os juros das OE a 10 anos fecharam em 7,16%, acima da linha vermelha, fixando novo máximo.

Também na probabilidade de incumprimento da dívida num horizonte de cinco anos, Espanha marcou novo máximo, fechando em 40,97%, segundo dados da CMA DataVision. Espanha conserva o 9º lugar do referido "clube".

A informação avançada pelo diário espanhol El Confidencial de que os dois auditores independentes da banca espanhola, Oliver Wyman e Roland Berger, poderão apontar para um montante de 150 mil milhões de euros em necessidades de provisionamento para cumprir o impacto da crise imobiliária agravou o sentimento negativo sobre a situação da banca espanhola. Esta estimativa de provisões não é o mesmo que necessidades de capital (para as quais o Eurogrupo colocou um teto de 100 mil milhões de euros através do plano de resgate).

Itália à beira de entrar para o "clube"


O "contágio" fez-se sentir em Itália. O risco subiu para 37,45% e os juros dos títulos do Tesouro italiano a 10 anos fecharam em 6,08%; no entanto ainda longe do máximo de 7,26% alcançado durante a crise de novembro do ano passado. Itália mantém-se fora do referido "clube", mas já está muito perto do risco do estado de Illinois, que fechou hoje em 37,59% e ocupa o 10º lugar do "clube" da bancarrota.

Fonte:Expresso