Constâncio volta a rejeitar qualquer falha de supervisão no caso
Ex-governador do Banco de Portugal garante que a “supervisão macroprudencial foi impecável”
Vítor Constâncio encolheu os ombros, alegou falta de memória e voltou a rejeitar liminarmente qualquer falha de supervisão no caso BPN perante os deputados. O ex-governador do Banco de Portugal (BdP) esteve na passada sexta-feira na Assembleia da República, em mais uma audição da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) à nacionalização do BPN. O tom foi bastante menos agressivo que o da CPI anterior - durante a qual o deputado do CDS Nuno Melo acusou Constâncio de "faltar à verdade" - mas não faltaram acusações, sobretudo por parte do grupo parlamentar do CDS. João Almeida disse a Constâncio que "os objectivos da nacionalização falharam". E acrescentou: "entendo que encolha os ombros, mas não o aceito. Não pode achar-se normal que uma autoridade aponte soluções e objectivos para essas soluções e que quando essas soluções falham digam ‘aconteceu'". Já o PSD lamentou que audição após audição, "todos os responsáveis" se considerem "acima de qualquer suspeita".
O PCP e o BE também não pouparam críticas à actuação do Banco de Portugal, mas a todas as questões sobre documentos, valores e informação recebida por Constâncio no âmbito do caso BPN, receberam, quase invariavelmente as duas mesmas respostas: "não é responsabilidade da supervisão encontrar fraudes" ou então "não tenho presente de memória".
Apenas o PS fugiu ao tom acusatório contra o agora vice-presidente do Banco Central Europeu, aplaudindo mesmo a actuação de Vítor Constâncio enquanto Governador do BdP, que adjectivou de "excelente".
Fonte: Diário Económico