Pedidos para renegociar crédito à habitação sobem 50% este ano
Os maiores bancos portugueses dizem que o número de famílias que pedem o alargamento do prazo e a carência de capital está a aumentar entre 40 a 60%
Os bancos portugueses estão a ser confrontados com cada vez mais pedidos de clientes que querem renegociar as condições do crédito à habitação porque já não conseguem pagar a prestação da casa, ou porque estão à beira de deixar de ter capacidade para o fazer. Segundo apurou o Diário Económico, pelo menos dois dos cinco maiores bancos portugueses estão a registar este ano aumentos de pedidos de renegociação de cerca de 60%, face ao período homólogo. Já o Crédito Agrícola remete para subidas na ordem dos 40%. A situação é de tal forma gravosa que as próprias instituições financeiras estão a colocar em marcha planos preventivos para encontrar soluções para as famílias com mais dificuldades em cumprir com os seus encargos. É o caso, por exemplo do Santander Totta, que desde que lançou uma nova campanha para facilitar a negociação de créditos no início de Maio, já conseguiu obter a "adesão de várias centenas de clientes", refere fonte do banco.
"Em termos médios mensais, o número de pedidos este ano está 59% acima do registado no mesmo período do ano anterior", refere fonte de uma das maiores instituições. E acrescenta que a maior parte dos processos de renegociação passa pelo estabelecimento de um período de carência de capital pelo diferimento de capital.
"São situações que estão a surgir devido a dois grandes factores: o aumento do desemprego e a diminuição do rendimento disponível", refere um dos bancos contactados. As mesmas justificações são encontradas no Millennium bcp. Apesar da instituição não divulgar os números de contratos renegociados, confirma a tendência de subida. "No actual contexto económico, de aumento de desemprego, redução de vencimentos, cortes de subsídios, obviamente que existe uma evolução [do números de pedidos de renegociação de créditosà habitação] face ao período homólogo", referiu fonte oficial do banco.
Fonte: Diário Económico