Governo anuncia fim da obrigatoriedade do uso de máscara nos transportes públicos, aviões e farmácias

A informação foi dada pela ministra da Saúde na conferência de imprensa após o Conselho de Ministros esta quinta-feira. Há, todavia, exceções. A sessão de perguntas e respostas também versou sobre o excesso de mortalidade e as críticas dos médicos

O Governo decretou esta quinta-feira o fim da obrigatoriedade do uso de máscara nos transportes públicos (incluindo táxis e TVDE), aviões e farmácias. A medida foi anunciada tendo como base os dados fornecidos pela Direção-Geral da Saúde que, segundo a ministra da Saúde Marta Temido, demonstram uma “tendência favorável”, permitindo assim o aliviar de medidas em contexto pandémico.

Em declarações após o Conselho de Ministros desta quinta-feira, Marta Temido alertou, porém, que continua a ser obrigatório o uso de máscara em unidades de saúde (hospitais, clínicas, etc) e residências para idosos, dada à exposição dos utilizadores e trabalhadores ao vírus Covid-19. Sobre a vacinação, Marta Temido garantiu que a campanha de reforço para a covid-19 será feita com a da gripe sazonal, a arrancar a 5 de setembro.

A governante informou, ainda, que as mortes por esta doença se encontram abaixo das 10 por cada 100 mil habitantes o que, segundo o Executivo, permitiu também que Portugal descesse para os “parâmetros normais de mortalidade por todas as causas”. Marta Temido disse, a propósito, que em outubro serão conhecidos os primeiros resultados dos estudos sobre a mortalidade materna e perinatal, conduzidos pela DGS e pelo INSA.

A ministra foi ainda questionada sobre as críticas dos médicos, as progressões de carreiras dos mesmos e os constrangimentos nas urgências de vários hospitais do país. E respondeu assim: “Os constrangimentos que existem são característicos do próprio sistema que se agudizam em determinados momentos do ano. O número de médicos insuficiente para algumas especialidades, isso não é de hoje, ontem ou do ano passado. É o resultado de escolhas com várias décadas, nos anos 80, quando os acessos aos cursos de Medicina estavam limitados o que levou que tivéssemos, durante alguns anos, o reflexo dessas escolhas. Estamos a trabalhar em soluções que não onerem o país, para que a oferta possa ser redesenhada no início de outubro, concretamente nos serviços de ginecologia obstetrícia, e esperamos ter alguns resultados e discutir opções sem comprometer geografias de difícil acesso.”


Fonte: Expresso
Foto: Mário Cruz/LUSA