Governo não prolonga situação de alerta por causa dos incêndios. A partir de quarta-feira prevê-se “um quadro regular de verão”

A situação de alerta prolonga-se ainda durante esta terça-feira. Mas, a partir de quarta-feira, devido à diminuição das temperaturas e aumento da humidade, o Executivo decidiu aliviar as restrições impostas

O Governo decidiu não prolongar a situação de alerta que está em vigor até esta terça-feira devido ao elevado risco de incêndios. A decisão, anunciada esta segunda-feira pelo ministro da Administração Interna, foi justificada com a diminuição das temperaturas máximas e pelo aumento da humidade, tendo sido considerado que as condições meteorológicas previstas para os próximos dias não são representativas do quadro de situação de alerta.

“Este é um quadro que não tínhamos desde o início desta fase mais difícil dos incêndios florestais”, disse em conferência de imprensa José Luís Carneiro. “A partir de quarta-feira vamos ter um quadro regular do verão, pese embora o risco da seca severa e seca extrema. Em função deste quadro de melhoria, entendemos ser possível aliviar as restrições.”

De acordo com o ministro, a partir de quarta-feira as temperaturas máximas vão descer em todo o país, mantendo-se as mais altas próximas dos 35 graus, enquanto a humidade pode “variar entre mais 30% e 80%”.

Assim sendo, o atual estado de alerta termina às 23h59 desta terça-feira (23 de agosto), deixando de estar proibidas atividades com fogo de artifício ou outros artefactos pirotécnicos, a realização de queimadas e queimas de sobrantes de exploração, assim como a realização de trabalhos nos espaços florestais com recurso a qualquer tipo de maquinaria. Volta também a ser permitido o acesso, circulação e permanência no interior dos espaços florestais definidos nos Planos Municipais de Defesa da Floresta Contra Incêndios.

Se esta terça-feira ainda 16 distritos se mantém em alerta laranja, na quarta passam a ser apenas cinco.

As 300 patrulhas organizadas pela Guarda nacional Republicana (GNR) vão continuar, assim como também as 300 patrulhas supervisionadas por esta guarda, mas compostas por elementos de entidades externas.

O QUE É A SITUAÇÃO DE ALERTA?
Este estado de alerta implica também o aumento do grau de prontidão e mobilização de equipas de emergência médica, de saúde pública e apoio social, a mobilização em permanência das equipas de Sapadores Florestais, a mobilização em permanência do Corpo Nacional de Agentes Florestais e dos Vigilantes da Natureza que integram o dispositivo de prevenção e combate a incêndios, e o aumento do nível de prontidão das equipas de resposta das entidades com especial dever de cooperação nas áreas das comunicações (operadoras de redes fixas e móveis) e energia (transporte e distribuição).

A GNR fica incumbida de realizar ações de patrulhamento e fiscalização área, com recurso a meios das Forças Armadas, nos distritos em estado de alerta especial, incidindo nos locais sinalizados com um risco de incêndio muito elevado e máximo.

Os trabalhadores do setor público ou privado que acumulem funções de bombeiros voluntários têm direito a dispensa de serviço ou a justificação das faltas.

A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil está responsável por avisar a população sobre o perigo de incêndio rural, enquanto as Forças Armadas disponibilizam os meios aéreos para operarem nos locais.

Fonte: Expresso
Foto: Rui Duarte Silva