Magistrada discreta escolhida para o lugar de Maria José Morgado

Procuradoria-Geral da República vai propor o nome de Lucília Gago para dirigir o DIAP de Lisboa. Joana Marques Vidal escolheu uma magistrada avessa ao mediatismo para o lugar de Maria José Morgado. O nome ainda tem de ser aprovado pelo conselho superior do Ministério Público

Lucília Morgadinho Gago. O nome não diz nada à maioria das pessoas mas é para fixar. Esta magistrada do Ministério Público é o nome escolhido pela procuradora-geral para ocupar o cargo de diretora do DIAP de Lisboa, o departamento do Ministério Público que investiga grande parte dos crimes cometidos na área da capital.

Lucília Gago é atualmente professora do Centro de Estudos Judiciários, onde se formam juízes e procuradores, e dirige o departamento de Direito de Família, a sua grande especialidade. Já passou pelo DIAP de Lisboa, esteve no Tribunal da Relação de Lisboa e investigou casos como o das viagens fantasma dos deputados.

O seu nome ainda terá de ser aprovado pelo conselho superior do Ministério Público, que tem aceite todas as sugestões da procuradora-geral, Joana Marques Vidal. Caso haja luz verde, Lucília Gago irá ocupar o lugar de uma das magistradas mais conhecidas do país, Maria José Morgado, que a partir de 14 de janeiro será a nova procuradora distrital de Lisboa, substituindo Francisca Van Dune,.a escolha de António Costa para ministra da Justiça.

Lucília Gago é casada com outro procurador, Carlos Gago, que fez parte da direção da PJ no tempo de Fernando Negrão e de Luís Bonina, e foi um importante membro do PCTP/MRPP. "É uma magistrada de fibra que não tem muita experiência na área criminal e não gosta de exposição mediática", resume um magistrado que não quer ser identificado.

Fonte da Procuradora-Geral da República disse ao Expresso que o nome a propor para a direção do DIAP de Lisboa "será dado conhecer, no momento próprio, ao Conselho Superior do Ministério Público, órgão que tem competência para a sua nomeação e que apreciará a proposta em próxima sessão"

O Expresso contactou a magistrada Lucília Gago, mas não deu qualquer resposta às questões enviadas.