Um terço dos incêndios florestais de Agosto deflagraram à noite

Em pouco mais de 10 dias, foram destruídos cerca de nove mil hectares de floresta, tanto quanto em todo o mês de Julho.

Uma análise aos números da Autoridade Nacional da Protecção Civil permite concluir que 37,4% dos incêndios florestais que deflagraram neste mês de Agosto começaram à noite, entre as 20h00 e as 8h00.
O padrão vem-se repetindo nos últimos verões e aponta para uma origem duvidosa.

Desde o início do mês, os incêndios já destruíram cerca de nove mil hectares de floresta, valor idêntico ao apresentado pela Protecção Civil relativo a todo o mês de Julho.

José Manuel Moura, comandante operacional nacional do Comando de Operações de Socorro da Proteção Civil, em declarações à Antena1, está convencido que causas naturais não explicam tudo, na procura de causas para os incêndios florestais dos últimos dias, pelo de certamente “há também alguma mão criminosa”.

“Veja-se o que aconteceu em Mangualde, com cinco, seis incêndios à volta da cidade, o que tem acontecido na Covilhã com uma recorrência diária, em Viana do Castelo. Ao fim de resolvermos um incêndio, temos três. Resolvemos esses três, temos seis”, apontou o comandante.
“Não é normal” haver registo de ignições “a todas as 24 horas do dia”, sublinhando que “o problema dos incêndios florestais em Portugal não é o combate”.

Depois da escalada do número de incêndios desde o último fim de semana, José Manuel Moura está agora a contar com a ajuda do clima.
“Há um desagravamento já significativo (hoje). Ainda não será o suficiente para evitar algumas situações, ou para nos ajudar a resolver algumas situações. A partir de quarta-feira, aí sim, temos um desagravamento mais acentuado e esperamos voltar a uma situação de normalidade para o mês de Agosto, como vinha a acontecer até ao passado dia 6”, afirmou.

Fontes: Renascença e Antena1