CNE admite "erro crasso e indesculpável" nas eleições da Madeira

Erro informático lançou a confusão sobre o resultado das eleições regionais. À segunda verificação dos votos, o PSD conquistou a maioria absoluta.

A confusão na contagem dos votos na Madeira é um “erro crasso e indesculpável”, afirma o porta-voz da Comissão Nacional de Eleições (CNE) em declarações à Renascença.

“Temos que nos penitenciar porque isto aconteceu utilizando uma aplicação que a CNE anda a desenvolver há nove anos e que era para facilitar os trabalhos, mas de facto é um erro crasso e indesculpável”, reconhece João Almeida.

“Foi um erro das reposições e novas versões da aplicação. É um erro indesculpável, que não vale a pena estar a discutir os pormenores técnicos. É de facto lamentável”, sublinha o porta-voz da CNE.

Em causa está um erro informático que não contabilizou os votos no Porto Santo. O problema só foi detectado depois de uma primeira verificação dos resultados efectuada esta terça-feira e instalou a confusão nas eleições regionais madeirenses.

Os resultados provisórios apurados no domingo tinham dado a vitória ao PSD, com maioria absoluta. Os sociais-democratas tinham conseguido 24 deputados, mais um do que toda a oposição junta.

Esta terça-feira os votos foram verificados. Numa primeira decisão, conhecida depois das 20h00, o PSD tinha perdido um deputado e a maioria absoluta na assembleia regional da Madeira. A CDU tinha ganho mais um deputado e passava a contar com três representantes.
Cerca de duas horas a assembleia de apuramento das eleições na Madeira anunciava que tinha sido detectado um erro informático já depois de afixar o edital que retirava a maioria absoluta ao PSD, não tendo sido considerada a votação do Porto Santo.
Devido a este erro informático, foi ordenada uma nova contagem dos votos e a atribuição ou não da maioria absoluta do PSD ficou em suspenso.
À segunda, a Comissão Nacional de Eleições confirmou que, afinal, o PSD mantém a maioria absoluta, com 24 deputados, e que a CDU mantém dois representantes.

A CDU exige a recontagem de todos os votos e vai recorrer para o Tribunal Constitucional.

Fonte: Rádio Renascença