Rede de Cuidados Integrados de Saúde Mental foi criada há 5 anos, mas mal saiu do papel

Faz esta quarta-feira 5 anos que foi criada, pela lei, uma rede nacional para quem tem problemas graves de saúde mental. A rede ainda mal saiu do papel e há apenas algumas entidades privadas que oferecem estes Cuidados Continuados Integrados de Saúde Mental.

O diretor do Programa Nacional para a Saúde Mental da Direção-Geral da Saúde (DGS) explica que o principal problema tem sido falta de dinheiro.
Álvaro de Carvalho diz que por esta altura deviam existir 4 a 5 mil doentes, graves, integrados nestas unidades.
O especialista explica que ninguém sabe o que se passa com os doentes mentais graves sem acesso a estes Cuidados Continuados. Na prática, tudo indica que têm crises e internamentos psiquiátricos com muito mais frequência do que seria normal.
O governo já prometeu que a rede de Cuidados Continuados Integrados de Saúde Mental arranca mesmo este ano, mas ainda não há datas concretas.
O responsável da Direção-Geral da Saúde explica que o problema, até agora, tem sido falta de financiamento do Estado.
Neste momento estes doentes só contam com algumas Instituições Particulares de Solidariedade Social. É o que acontece em Vila Nova de Gaia. Oitenta pessoas com autismo são acompanhadas pela Associação Portuguesa para as Perturbações de Desenvolvimento e Autismo. Para além do apoio a utentes externos, a associação dispõe de um conjunto de apartamentos, em Vila Nova de Gaia, onde vivem os chamados «utentes permanentes».
As casas conferem à vida destas pessoas e suas famílias a estabilidade e segurança necessárias no presente e no futuro.
São quatro apartamentos cada um com cinco quartos. Ao todo vivem ali 20 pessoas com autismo. O mais novo tem 16 anos, o mais velho 47. Ana Maria Gonçalves ,presidente da APPDA, diz que ao todo a instituição conta com 55 colaboradores para responder a estes utentes e aos outros que não vivem ali, mas usufruem do apoio prestado.
O pagamento da mensalidade dos utentes é financiada em 60 % pela segurança social. O resto é suportado pelas famílias de acordo com o seu rendimento.

Fonte: TSF