Acidentes de trabalho: 126 mortos em 2014

Metade destes acidentes envolve o uso de máquinas e equipamentos. Autoridade para as Condições do Trabalho alerta: muitos trabalhadores não têm formação correta.

A Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) diz que ainda há muitos patrões que não dão treino aos funcionários para trabalhar com máquinas e equipamentos fundamentais para as tarefas na empresa. Para evitar esse tipo de acidentes, é lançada hoje uma campanha nacional de prevenção. No último ano, a ACT registou 126 acidentes mortais, menos 15 que em 2103. E perto de metade foram com máquinas e equipamentos.
À TSF, o Inspetor-Geral do Trabalho sublinha que estamos na cauda da Europa no número de acidentes nas empresas, em especial naqueles que causam mortos. No entanto, a evolução tem sido positiva, «ano após ano», apesar de «no resto da União Europeia ter descido mais». Além disso, Pedro Pimenta Braz diz que 126 pessoas a morrer a trabalhar em 2014 ainda é muita gente», num número que pode não refletir o total nacional pois nem todos os acidentes mortais chegam ao conhecimento da ACT.
O responsável acrescenta que perto de 45% dos acidentes mortais em Portugal envolvem máquinas e equipamentos, «com frequência materiais sem manutenção ou muita idade», que causam mortos devido a «má manipulação ou falta de formação».
A ACT recorda que a esmagadora maioria das empresas portuguesas são pequenas e médias e é aí que existem maiores riscos, com «muitos trabalhadores sem qualquer formação a trabalhar com máquinas ou equipamentos e correndo grandes perigos».
As visitas dos inspetores do trabalho encontram normalmente esta enorme falta de formação, o que leva Pedro Pimenta Braz a admitir «desleixo mas também uma questão civilizacional: ainda temos muito a mentalidade do 'antigo patrão' que pensa, erradamente, que tudo o que é investimento em segurança no trabalho não aumenta a produtividade da empresa», conclui.

Fonte: TSF