Associação de empresas de condomínio afirma que há cada vez mais dívidas incobráveis

O presidente da associação, que hoje se reúne em congresso, disse à TSF que dívidas de condóminos sempre houve, mas a situação agravou-se com o aumento de dívidas incobráveis.

O presidente da Associação Portuguesa de Empresas de Gestão e Administração de Condomínios (APEGAC) diz que sempre houve dívidas, e que com a crise o número de pessoas que não pagam o condomínio aumentou.
Vítor Amaral assegura que nos últimos meses o cenário não registou grandes mudanças.«Estas são as dívidas que se pagam em último lugar porque não há um reflexo imediato. Se um condómino deixar de pagar o carro podem ir buscar-lhe o carro, se deixar de pagar a água ou a luz cortam-lhe estes serviços. Se não pagar o condomínio nada lhe pode acontecer de imediato».
Para Vítor Amaral, o mais preocupante nesta altura é o aumento de dívidas incobráveis. Recorrendo à sua experiência à frente de uma empresa que trabalha neste ramos há vinte anos, Vítor Amaral conta que nos primeiros 17 anos nunca teve de lidar com um caso de dívida incobrável e que nos últimos três isso já aconteceu várias vezes.
«Há condóminos declarados insolventes, há condóminos que mesmo não sendo insolventes não têm património. Têm a fração mas a dívida ao banco é superior ao valor real da sua fração».
Para resolver este problema, o presidente da Associação sugere que sempre que haja uma mudança de propriedade «deveria ser obrigatória uma declaração de dívida ou de não dívida assinada pelo administrador de condomínio».
No congresso desta segunda-feira em Lisboa, A APEGAC vai abordar a necessidade de regulamentação do setor. Algo que a associação reclama há uma década e que continua por fazer.
Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística, mais de 4 milhões de portugueses residem em condomínios. Há 1400 empresas de gestão de condomínios. O setor emprega 50 mil pessoas.

Fonte: TSF