Nova legislação coloca em causa trabalho de grupos de voluntários

Eugénio da Fonseca vai enviar carta ao ministro da solidariedade alertando para esta questão.

A Cáritas Portuguesa critica a legislação que o Governo acaba de criar e que define a Rede Local de Intervenção Social (RLIS).
O presidente da Cáritas diz que o despacho 12154/2013 põe em causa o trabalho das equipas no terreno.
Eugénio da Fonseca diz-se indignado pelo facto de a legislação que cria a RLIS estabelecer que apenas os técnicos superiores poderão fazer o atendimento social, o que coloca em causa o trabalho que os grupos de voluntários já fazem nas paróquias.
“A partir de Março de 2016 está determinado que quem não for técnico superior de serviço social não pode fazer atendimento. Não podemos excluir pessoas que têm contactos e conhecimento da realidade e tornar os nossos grupos paroquiais em apenas supermercados sociais ou roupeiros sociais. Não, nós queremos também fazer parte por inteiro deste novo tipo de atendimento e acolhimento”, disse.
A preocupação foi demonstrada no conselho geral que decorreu neste fim-de-semana em Fátima e em que ficou decidido enviar um documento ao ministro da Solidariedade e Segurança Social, Pedro Mota Soares.
“Nós criámos um grupo que dentro de duas semanas vai fazer chegar ao Ministério uma proposta para que se consiga que estes diplomas não excluam os agentes sociais de terreno. Não é por não terem uma técnica de serviço social superior que esses grupos poderão estar menos qualificados”, acrescenta Eugénio da Fonseca.
Para o presidente da Cáritas a criação da Rede Local de Intervenção Social é contudo bem-vinda já que demonstra a intenção do Governo de trabalhar em conjunto.

Fonte: Rádio Renascença