Ministério da Justiça reage ao caso dos vistos gold: "Não há impunidades"

Altos quadros do Estado, incluindo o diretor do SEF e a secretária-geral do próprio Ministério, estão entre 11 detidos pela PJ.

Sucinto e sem grandes rodeios: "ninguém está acima da Lei, não há impunidades, independentemente do cargo que se ocupa e seja quem for". O Ministério da Justiça reagiu assim às buscas realizadas pela Polícia Judiciária - e consequentes 11 detenções - por suspeitas de corrupção, branqueamento de capitais, tráfico de influência e peculato, no âmbito de uma investigação sobre atribuição de vistos gold.

Numa nota com três parágrafos, o Ministério da Justiça "confirma que foram realizadas buscas, esta manhã, na Secretaria-Geral e no Instituto dos Registos e do Notariado". "O Ministério da Justiça, observando a estrita separação de poderes, colabora sempre com as autoridades competentes para que se alcance o apuramento de quaisquer ilícitos".

Esta quinta-feira, a Polícia Judiciária deteve 11 pessoas - incluindo altos quadros do Estado - no âmbito do caso dos vistos gold. Entre os detidos estão o diretor nacional do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, Manuel Jarmela Palos, a secretária-geral do Ministério da Justiça, Maria Antónia Anes, e o presidente do Instituto dos Registos e Notariado (IRN), António Figueiredo.

Albertina Gonçalves, secretária-geral do Ministério do Ambiente e também sócia do escritório de advogados de Miguel Macedo, ministro da Administração Interna, foi ouvida, não se sabendo se ficou detida - mas o seu gabinete foi alvo de buscas.

Foram ainda detidos três cidadãos chineses e três funcionários do IRN. A Procuradoria-Geral da República (PGR) tinha confirmado esta quinta-feira de manhã estarem em curso várias diligências, nomeadamente 60 buscas em diversos pontos do país.


Fonte: Expresso