Investigadores da PJ avançam para greve

Sindicato acusa ministra da Justiça de não cumprir promessa para elaboração do novo estatuto e anuncia greve às horas extraordinárias. Polícia Judiciária faz hoje 69 anos.

A partir da próxima quarta-feira nem um dos investigadores da PJ que concordem com a greve promovida pelo sindicato irá trabalhar depois das seis da tarde ou antes das nove da manhã. Não é muito difícil imaginar as consequências que terá esta ação em investigações que envolvam buscas de madrugada ou vigilâncias à noite. A greve inclui investigadores e pessoal ligado à recolha de indícios em locais de crime.

De acordo com a Associação Sindical da Polícia Judiciária, a greve tem como principal motivo o estatuto profissional da carreira. "No ano passado a ministra prometeu aprovar o novo estatuto e a promessa não foi cumprida", acusa Carlos Garcia, presidente da ASFIC.

Em 2013, também no dia de aniversário da Judiciária, a ASFIC anunciou uma greve que se prolongou até janeiro deste ano. Teve uma adesão grande que, de acordo com o sindicato, chegou aos 90%. "E só acabou porque tivemos a promessa da ministra".

No pré-anúncio de greve, que terá uma duração indeterminada, é ainda apontada a dificuldade em receber o pagamento das horas extraordinárias. "E há mais problemas como o envelhecimento do parque automóvel ou do equipamento informático", iniste Carlos Garcia.

Uma fonte da Direção Nacional da PJ explica que a questão do estatuto "é entre o ministério e o sindicato" e que o pagamento do trabalho suplementar "é feito dentro da lei".

Esta segunda-feira, durante as cerimónias do 69.º aniversário da PJ, o sindicato irá distribuir uma carta aberta ao ministério assinada por mais de mil elementos da PJ.


Fonte: Expresso