Combate aos arrendamentos ilegais divide fisco e proprietários

Os trabalhadores dos impostos dizem que não houve nenhum aumento de inspeções porque não há meios humanos, mas os proprietários contestam e dizem as inspeções aumentaram nos últimos meses.

O combate aos arrendamentos ilegais era uma exigência da troika e há seis meses, o Governo garantiu que iria intensificar as inspeções ao arrendamento imobiliário.
Na altura, foi afirmado que, para além do combate à fraude e à evasão fiscais, também se pretendia impedir situações de abuso e a concorrência desleal.
Em declarações à TSF, Paulo Ralha, presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos garante que tudo não passou de propaganda e que nada mudou nos últimos meses.
«Essa medida foi puramente propagandística uma vez que nós não temos recursos humanos para fazer qualquer incremento no número de inquéritos ou no número de inspeções a empresas, lojas comerciais, ou qualquer outro tipo de atividade», denuncia Paulo Ralha.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos admite apenas uma consequância positiva do anúncio do Ministério das Finanças, ou seja, «alguns efeitos persuasivos em termos mediáticos, mas em termos efetivos de deslocação aos locais pouco ou nada foi feito».
Por outro lado, Frias Marques, presidente da Associação Nacional de Proprietários, refere que «as Finanças ampliaram o nível da fiscalização em relação aos arrendamentos paralelos».
A TSF procurou dados sobre o número de inspeções realizadas junto do Ministério das Finanças mas não obteve resposta.
Em abril calculava-se que mais de 400 mil casas estavam arrendadas ilegalmente, o que representava 300 mil euros anuais em fuga aos impostos.


Fonte: TSF