Adriano Moreira defende baixa de impostos e diz que país atingiu a «fadiga fiscal»

O antigo líder do CDS insiste que é preciso baixar os impostos. Num jantar da "Escola de Quadros" do CDS, ontem à noite, em Peniche, Adriano Moreira defendeu que o país atingiu a «fadiga fiscal».

Numa altura em que tanto se fala na necessidade de descida de impostos, o fundador do CDS, perante vários membros do Governo e deputados centristas, avivou-lhes a memória com uma expressão que, diz Adriano Moreira, nunca foi tão pertinente como agora.

«Creio que fui a primeira pessoa a dizer que tínhamos atingido a fadiga fiscal e continuo neste princípio. A fadiga fiscal foi atingida, é preciso mudar», avisou.

O vice-primeiro-ministro e presidente do CDS-PP, Paulo Portas, estava presente e ouviu a intervenção de Adriano Moreira na "escola de quadros" do CDS-PP, que decorre em Peniche.

O constitucionalista não poupou nas críticas e questionou a impossibilidade de haver consensos, defendendo ainda que o consenso vem da maturidade política.

«Não é admissível ouvir incitamentos à separação entre velhos e novos, entre funcionários públicos e trabalhadores privados, sobretudo entre ricos e pobres, o que impede muito aquilo que hoje se chama de uma maneira muito eloquente o consenso. É tão fácil descobrir qual é o problema essencial hoje dos portugueses, para os unir: é pão na mesa e trabalho, esta coisa simples», disse.

Adriano Moreira considerou ainda que a melhoria de indicadores não mostra uma verdadeira melhoria das condições de vida.

«Quando falam das estatísticas que melhoram, há um aspeto que eu acho que não melhora, parece que melhora. Porque a miséria está a expulsar a pobreza, emigra a pobreza, vai ficando a maior das incapacidades», afirmou.

Também ontem à noite, neste jantar da "Escola de Quadros" do CDS-PP, Nuno Melo disse que, passada a «excecionalidade» da intervenção externa, os centristas devem «afirmar mais» as suas políticas e aquilo em que acreditam, neste período de final da legislatura.

O vice-presidente do CDS referiu-se ainda ao último ano da legislatura e às eleições legislativas do próximo ano como sendo «decisivas para o CDS e para o país».

A «Escola de Quadros» do CDS-PP, um novo modelo de rentrée política centrista, começou na quinta-feira em Peniche, onde até domingo se reunirão cerca de 150 jovens com idades entre os 16 e os 30 anos.

Fonte: TSF