ASAE apreendeu 10 milhões em contrafação
![](../img/noticias/BLSvgR5jxAj7uSWff2WyxvkNB.jpg)
Artigos apreendidos pela polícia económica no primeiro semestre de 2014 ultrapassam 10 milhões de euros, um valor seis vezes superior ao do ano anterior.
Dos têxteis, à eletrónica, passando por produtos alimentares, peças de automóveis ou de aeronáutica, cigarros ou vinho, é grande a lista de material apreendido pela Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), nos primeiros seis meses deste ano, e totaliza mais de 10 milhões de euros. Ou seja, "o valor dos produtos apreendidos é seis vezes superior ao do ano passado, não obstante o número de operadores económicos fiscalizados ser menor", salienta o inspetor-geral desta polícia económica. Pedro Portugal Gaspar explica, em declarações ao Expresso, a diferença de números: "Este ano atacámos mais a grande distribuição e não o retalho, o que nos permitiu inspecionar menos operadores, mas apreender maior quantidade de produtos".
Só em produtos alimentares foram confiscados cerca de 102 mil quilos e 54 mil litros de vinho, indica a ASAE no comunicado público, hoje divulgado. Destes, 1800 quilos de produtos alimentares e 12 mil artigos diversos acabaram por ser distribuídos por 20 instituições de cariz social. "O objetivo é doarmos um terço do que apreendemos, e estamos a fazer um esforço nesse sentido, mas ainda não chegámos lá", informa o inspetor-geral da ASAE.
Para doarem o que recolhem têm de obter o consentimento das marcas de roupa contrafeitas ou de garantir a qualidade para a saúde pública dos alimentos e bebidas. "Quando detetamos pescado que é vendido como 'gato por lebre', como perca do Nilo por cherne ou paloco por bacalhau, e estes produtos estão em bom estado, podem ser doados a instituições de caridade que se candidatam para recebê-los", esclarece Portugal Gaspar. Já quando se trata de animais vivos, como a recente apreensão de uma tonelada de bivalves do Tejo, estes acabam por ser devolvidos ao meio de origem.
As operações de fiscalização, desenvolvidas pela ASAE entre janeiro e junho, incidiram sobre 19.241 operadores económicos e resultaram em 3.319 processos de contraordenação e 511 processos-crime instaurados. No âmbito da fiscalização de segurança alimentar foram detidas 48 pessoas e abertos 1930 processos, o que corresponde a cerca de 21% dos operadores económicos fiscalizados.
No comunicado enviado às redações, a ASAE lembra também que a contrafação está associada ao crime organizado, lavagem de dinheiro e trabalho infantil. E que representa 5 a 7% das trocas comerciais, podendo afigurar €800 milhões de prejuízos para empresas da União Europeia.
Fonte: Expresso