Medicina no Trabalho: Associação diz que setor vai assistir a fecho de perto de 300 empresas

A Associação Portuguesa de Empresas de Segurança e Saúde no Trabalho diz que o sector vai assistir ao fecho de perto de 300 empresas. Em causa uma portaria do ministério que entra em vigor no domingo e que transfere a medicina no trabalho, nas empresas com menos de 10 trabalhadores, para os médicos de familia.

O presidente da Associação Portuguesa de Empresas de Segurança e Saúde, Pedro Soares, diz que os médicos de família nao têm formação para isso e que a medida vai atirar 70 a 80% das empresas para a falência.
As Empresas de Saúde no Trabalho dizem que investiram muito dinheiro nos últimos tempos para se adaptarem às exigências do Governo para esta área e agora arriscam-se a fechar portas. E garantem que passar estas funções para os médicos de familia é um erro e pode pôr muitas empresas à margem da lei.
Do outro lado, a associação que representa os médicos de família está convencida que estes se vão recusar, a partir de segunda-feira, a vigiar a saúde dos trabalhadores das pequenas empresas.
Rui Nogueira, vice-presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, acredita que a maioria dos médicos sabe que não tem formação para desempenhar essa tarefa.
Os médicos de família estão convencidos que a lei não vai mudar nada. E se mudar, diz Rui Nogueira, será para pior.
Contactado pela TSF, o Ministério da Saúde responde que está aberto a negociar alterações à portaria em causa.
Estão a decorrer reuniões tripartidas que juntam o Governo, os sindicatos e a Ordem dos Médicos, para analisar várias matérias relacionadas com o setor da saúde.
H oje mesmo realiza-se um desses encontros e o assunto poderá ser abordado, diz o gabinete de Paulo Macedo.


Fonte: TSF