Inflação em maio foi a mais baixa desde 2009

Pelo quarto mês consecutivo, os preços desceram. É preciso recuar até novembro de 2009 para encontrar uma variação homóloga mais baixa do que a atual.

A variação homóloga do índice de preços no consumidor (IPC) registada no mês de maio voltou a ser negativa, pelo quarto mês seguido, evidenciando uma descida de preços de 0,44%. Olhando para trás, segundo os dados do INE, só em novembro de 2009 houve uma variação mais baixa (-0,59%).

A variação do IPC mostra a subida média dos preços no consumidor e se olharmos para a forma como essa variação foi evoluindo mensalmente nos últimos dez anos percebe-se que o valor mais baixo foi atingido em setembro de 2009 (-1,66%).

Para a variação negativa de maio, em comparação com o ano anterior, a classe que mais contribuiu foi a dos produtos alimentares e bebidas não-alcoólicas (os preços desceram 2,3%). Segundo explica o INE, este comportamento "resultou, na sua maioria, da variação de preços dos produtos do agregado dos produtos alimentares não transformados, cuja variação homóloga passou de -1,4% em abril para -4,2% em maio".

Desagregando as classes, o INE aponta para as contribuições negativas de produtos como fruta fresca, produtos hortícolas, batatas e carne de porco. A seguir aos produtos alimentares e bebidas não-alcoólicas surge o vestuário e calçado, cujos preços desceram 1,65%.

Pelo contrário, as subidas concentraram-se nos preços da habitação, água, eletricidade, gás e outros combustíveis (2,15%). Essa variação, considera o INE, foi "influenciada em grande medida pelo subgrupo das rendas efetivas, pagas por inquilinos de residências principais". O inquérito às rendas de habitação permitiu concluir que o valor médio por metro quadrado aumentou 4,2% em relação a maio do ano passado, sendo Lisboa a cidade com a variação mais elevada (6,9%).

Já quando se olha para o IPC numa comparação mensal, apenas entre abril e maio de 2014, a variação foi de -0,1%. Os restaurantes e hotéis foram os que tiveram a variação positiva mais elevada (1%) e os transportes, pelo contrário, foram os que mais contribuíram negativamente (-1,1%).

O INE destaca ainda os voos internacionais e as férias organizadas fora do território nacional como tendo tido um contributo negativo nessa variação mensal, que "resultou em parte do facto dos preços terem regressado a um nível mais baixo após o aumento observado em abril devido à celebração da Páscoa".

Já o índice harmonizado de preços no consumidor (IHPC), relativo a abril, permite ver que Portugal foi o quarto país com a variação mais baixa (-0,1%), à frente da Grécia (-1,6%), Chipre (-0,4%) e Eslováquia (-0,2%). No pólo oposto está a Áustria ea Finlândia, com uma variação homóloga de 1,6% e 1,3& respetivamente.


Fonte: Expresso