Procuradoria 'acompanha' irregularidades financeiras do Grupo Espírito Santo

"O Ministério Público não deixará de solicitar todos os elementos que considere relevantes para a investigação criminal"

"O Ministério Público encontra-se a acompanhar a situação, nomeadamente as notícias vindas a público", disse fonte oficial ao Expresso. "O Ministério Público não deixará de solicitar todos os elementos que considere relevantes para a investigação criminal", acrescenta.

Em causa estão as irregularidades detetadas na Espírito Santo International (ESI), tornadas públicas na semana passada. Segundo um relatório de auditoria da KPMG a esta "holding" do Grupo Espírito Santo (GES), realizada a pedido do Banco de Portugal, foram detetadas irregularidades nas contas. Estas irregularidades, como o Expresso revelou no sábado, foram o não registo de dívidas no valor de 1,2 mil milhões de euros.

Como o Expresso também revelou no sábado, estas irregularidades podem constituir matéria criminal, caso se prove resultarem de prática dolosa. Segundo a lei do Luxemburgo, onde está sediada a ESI, o não registo contabilístico pode, em caso de dolo, constituir ocultação de contas, o que se reveste de moldura criminal. Ricardo Salgado, em entrevista ao "Jornal de Negócios", já afirmou não acreditar em dolo, antes em negligência, atribuindo-a ao responsável pela contabilidade da "holding".

O Expresso contactou, entretanto, o Banco de Portugal, a CMVM e o Ministério Público para saber se estavam a investigar este caso. O Banco de Portugal e a CMVM não quiseram comentar. A PGR respondeu por escrito ao Expresso afirmando estar, de facto, a acompanhar o caso. O mesmo tipo de resposta foi enviada aos jornais "Diário Económico" e "i", que hoje noticiam o envolvimento do Ministério Público em primeira página.


Fonte: Expresso