Portugal tem pulseira electrónica há 12 anos. Medida custa 16 euros por dia

Taxa de cumprimento da pulseira electrónica é das mais elevadas da Europa.

A pulseira electrónica existe há 12 anos em Portugal. Para perceber como funciona este sistema de vigilância, que esteve em destaque com a fuga do homicida de Valongo dos Azeites - conhecido por “Palito”- a Renascença entrevistou Nuno Caiado, director dos Serviços de Vigilância Electrónica.

Durante mais de 30 dias, o país seguiu a história das buscas para tentar encontrar o suspeito, que estava sujeito a pulseira electrónica desde Outubro do ano passado, uma medida preventiva num processo de violência doméstica.

A pulseira não é 100% segura, admite o director dos Serviços de Vigilância, acrescentando que a “tecnologia funcionou, os procedimentos foram cumpridos e os protocolos seguidos com rigor, mas não foram suficientes para conter o impulso agressivo do alegado homicida”.

Manuel Baltazar, de 61 anos, é suspeito da morte de uma tia e da mãe da sua ex-mulher, e de, no mesmo ataque, ter disparado também contra a sua ex-companheira e a sua filha, a 17 de Abril. Tudo isto apesar de "Palito" estar na altura com pulseira electrónica e proibido de contactar a ex-mulher no âmbito de um processo de violência doméstica. Foi detido dia 21 de Maio e o juiz decretou que ficasse em prisão preventiva.

Sistema custa 16 euros por dia
Nesta altura, existem no país 225 pessoas que estão a ser vigiadas em processos de violência doméstica, outras 500 usam pulseira electrónica para cumprir pena em casa.

Nuno Caiado, que trabalha com oito equipas de Norte a Sul e mais duas nas ilhas, reconhece que estes profissionais estão muitas vezes esgotados: começam a ser poucos e têm viaturas que passam a maioria dos dias em oficinas.

Um sujeito em vigilância electrónica custa ao Estado cerca de 16 euros por dia, um terço do custo de manter uma pessoa presa.

A taxa de cumprimento da pulseira electrónica é das mais elevadas da Europa. No ano passado registou-se uma taxa de 3,5% de insucesso.

Fonte: Rádio Renascença